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Viajar com crianças: o que pode e o que não?
3 de maio de 2021
Viajar com crianças: o que pode e o que não?

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É comum que os pais procurem orientação profissional do médico pediatra quando decidem levar o filho pela primeira vez em uma viagem de família. As expectativas são grandes em qualquer viagem com crianças, principalmente quando estas ainda dependem dos pais ou responsáveis para tudo, como na fase lactente nos primeiros anos de vida.


Como o médico pediatra é o profissional mais próximo e que acompanha a evolução da criança em diferentes momentos, desde o pré-natal, é natural que a família recorra a ele quando deseja planejar a primeira viagem dos filhos.


Em função disso, abordaremos neste texto as orientações que o pediatra pode dar aos pais quando for abordado sobre esse assunto, indicando os pontos de atenção e o plano de cuidado que deve ser traçado para que toda a família consiga curtir e ter boas lembranças da viagem.


Vamos lá?


Conhecer o destino da viagem com crianças

É importante orientar os pais sobre a importância de pesquisar sobre o destino que eles pretendem conhecer com a criança. Investigar se há algum surto, quais são as doenças típicas, se há algum tipo de vacina específica e obrigatória para ser tomada antes de chegar ao local, entre outros aspectos.


Além disso, é necessário também levantar a rede de contatos seguros do local, por exemplo, telefones de emergência em caso de acidentes, hospitais mais próximos, corpo de bombeiros, bem como descobrir quais hospitais e clínicas ali atendem o plano de saúde da criança, serviços farmacêuticos, entre outros. 


Evidente que o que se espera que é nenhum desses serviços precise ser acionado, mas quanto mais rústico e afastado for o local, maior deve ser o cuidado na viagem com crianças, e dependendo da idade aconselhar os pais a considerar se essa viagem não pode ser adiada para quando a criança estiver com mais idade e substituí-la por uma local mais seguro.

Atualização da caderneta de vacinação

Antes de qualquer viagem, aconselhe os pais a atualizar a carteira de vacinação de seus filhos e isso deve ser feito com certo tempo, no máximo duas semanas antes da viagem, para que o corpo consiga desenvolver a imunidade até o dia da viagem e evite problemas com possíveis reações vacinais. 


Como já mencionado, verificar também se o destino requer alguma vacinação específica, fora do que é recomendado no cronograma de vacinação infantil. O mesmo vale para os pais que precisam estar saudáveis para cuidar de suas crianças e curtir a viagem.


Desse modo, oriente os pais a visitar sites confiáveis que indiquem as condições climáticas, bem como de doenças comuns na região,
incidência de mosquitos e outras possibilidades que devem ser checadas (Dica: site do CDC).


Kit farmacinha e curso de primeiros socorros

Em se tratando de um lugar mais afastado de centros urbanos e onde um socorro médico pode demorar, é interessante que os pais tenham noções básicas de primeiros socorros. Essa dica vale para viagens com ou sem crianças. 


Já no
kit farmácia, sugerimos constar itens básicos como soro fisiológico, protetor, repelente, álcool em gel, kit de curativos, analgésicos, antialérgicos e remédios de uso contínuo (caso a criança use). 


É comum as famílias terem a vontade de levar alguns remédios específicos como precaução - a exemplo dos antibióticos, pomadas de tratamento e corticóide - você como pediatra da família, que já tem o conhecimento do perfil clínico da criança e no relacionamento com os pais, deverá conduzir essa decisão da forma mais segura e que se sinta confortável.


Alimentação no local da viagem 

Um item que não pode passar em branco nessa orientação de viagem com crianças é a alimentação. Crianças são mais vulneráveis a reações adversas quando em contato com comidas atípicas da sua rotina, portanto o cuidado dos pais deve também ser redobrado nesse quesito.


Desse modo, recomende que os pais avaliem a comida do local, a procedência daquela alimentação, que evitem consumir em locais onde não se pode garantir que os alimentos tenham passado por uma higienização adequada durante o preparo.


Também no quesito da alimentação, é importante que os pais mantenham, minimamente, a rotina alimentar da criança. Assim, é importante levar frutas, água e alimentos que são comuns na rotina da criança para que ela não passe fome ou precise comer algo de procedência duvidosa ou que seja preparado com condimentos diferentes da sua dieta, o que pode desencadear reações inesperadas. 


Documentos necessários em viagem com crianças

Por fim, outro ponto a ser verificado é a documentação específica da criança, tanto documentos de identificação e contato, em caso de desaparecimento, como documentos sobre alergias e possíveis doenças que a criança tenha e que precisa de atenção redobrada, como asma, entre outros. 


Cabe ainda reforçar com os pais que a viagem em família é um importante episódio para criança no seu processo de desenvolvimento social. Ela vai representar uma momentânea mudança de hábitos que deve ser ajustada em alguns pontos para que a criança e todos possam usufruir e guardar boas memórias daquele momento.


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Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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