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Dicas e guia de fotoproteção para pediatras
23 de abril de 2021
Dicas e guia de fotoproteção para pediatras

Autor:

Isabela Moreira Forni

Mesmo com a Sociedade Brasileira de Pediatria desenvolvendo algumas orientações a respeito da exposição nociva ao Sol, com o objetivo de instruir melhor os profissionais a proteger crianças e adolescentes, é comum que dúvidas sobre dicas de protetor solar e a busca por um guia de fotoproteção para o bebê sejam algumas das dúvidas mais recorrentes na clínicapediátrica, principalmente no verão.


Por isso, este conteúdo aqui conta com algumas dicas e instruções sobre os cuidados da pele nas crianças, jovens e adolescentes. Confira!


Guia de fotoproteção: protetor solar e indicações


O que é preciso indicar aos pais, além da necessidade da aplicação do filtro solar, é a recomendação do produto ideal para a saúde da criança , de acordo com a idade.


A Sociedade Brasileira de Pediatria aponta que crianças abaixo dos 6 meses não devem ter o hábito diário de tomar Sol. Caso necessário, utilize bonés, guarda-sol e roupas que cubram o bebê dos raios ultravioletas diretos. Assim, o ideal é evitar.


A partir dos seis meses até os cinco anos de idade, os pais devem fazer o uso dos filtros infantis. Eles possuem menos substâncias químicas prejudiciais à pele dos pequenos.


Além disso, é importante ressaltar que o uso dos protetores solares não são exclusivos apenas para viagens à praia, mas diariamente, já que as crianças estão muito mais propícias a ficarem mais tempo no Sol do que boa parte dos adultos.

Aplicações


Para os pais, ressalte a importância de proteger as orelhas, o dorso dos pés e a região atrás dos joelhos, que costumam ser as áreas "deixadas de lado” pelos responsáveis.


Além disso, os protetores solares de filtro químico (falaremos deles logo mais) devem ser aplicados pelo menos 20 minutos antes da exposição, seja para brincar na praia, piscina, andar de bicicleta ou correr.


Na aplicação, o ideal é passar na criança quando ela ainda estiver sem roupa, para garantir que todas as áreas sejam protegidas, incluindo orelhas e ombros, que são fundamentais.


Além disso, eles devem ser reaplicados a cada duas horas, ou quando a criança sair da água, para garantir os efeitos de proteção ideais.


Já os filtros físicos conseguem proteger a criança no momento da aplicação.


Se a dúvida for a respeito da quantidade, o indicado é uma colher de sopa para cada área do corpo, ou seja, uma para o rosto, outra para a parte frontal do tórax e abdômen e outra para a parte de trás.


Assim, o protetor deve ser aplicado de forma homogênea, para garantir melhor proteção ao corpo. Além disso, lembre os pais da importância do protetor solar, mesmo nos dias nublados.


Guia de fotoproteção: tipos de filtro solar


É importante ressaltar que os protetores solares são voltados para evitar que queimaduras aconteçam na pele. Ou seja, parte da radiação ainda será absorvida pela criança. Assim, o ideal é evitar grandes exposições, mesmo com os protetores solares.


Didaticamente, podemos dividir os filtros solares em dois tipos: químicos e físicos.


Os químicos (orgânicos): esses filtros dissipam energia e absorvem o calor.


  • atuam absorvendo a energia e dissipando o calor;
  • são indicados para crianças acima de 2 anos;
  • costumam ter uma maior proteção contra raios UVB e menor contra UVA
  • agem eficazmente após 20 minutos da aplicação.


Já os físicos (inorgânicos): esses filtros são os responsáveis por refletir a radiação solar e por isso são os mais indicados para crianças. Além disso, não exigem um tempo de absorção e conseguem proteger a criança logo após a aplicação.


  • Refletem a radiação ultravioleta;
  • Indicado para crianças de 6 meses a 2 anos;
  • Criam barreiras para raios UVA e UVB
  • Por serem compostos de partículas de dióxido de titânio e óxido zinco, conseguem refletir a radiação UVA e UVB ou absorver a radiação e converter em energia na forma de calor;
  • Menor risco de irritar a pele por conter menos química;
  • Proteção imediata após a aplicação;


Riscos da exposição excessiva ao Sol


O efeito da radiação solar é acumulativo. Ou seja, a luz solar recebida durante o período da infância influência na fase adulta, com o envelhecimento precoce e até o surgimento do câncer de pele futuramente.


Dessa forma, o ideal é que a prevenção ao potencial câncer de pele comece desde cedo, partindo da ideia de que os pais devem ser exemplos práticos para os filhos.


Qual protetor solar indicar?


O ideal a apontar, na hora de escolher um dos produtos, é identificar um que tenha amplo espectro (consiga bloquear tanto radiação ultravioleta A quanto ultravioleta B) e que seja fácil de espalhar e de preferência que seja resistente à água. Isso ajudará que a criança tenha uma liberdade e segurança maior na hora de brincar.


Além disso, os protetores solares, acompanhados de roupas e chapéus que conseguem minimizar a incidência dos raios solares, levando em consideração o material (algodão, linho etc) e também a cor, já que as cores escuras oferecerão maior proteção.


No geral, os protetores solar de filtro com FPS 30 são os indicados para as crianças, pois conseguem manter uma boa taxa de proteção por pelo menos duas horas. No entanto, para os pequenos que possuem a pele muito clara, o ideal é optar por FPS de 40 a 50.


Os produtos da linha “baby”, geralmente são compostos por substâncias físicas e são hipoalergênicos, e por isso, são voltados para crianças menores de dois anos. Os da linha “kids” e “infantil”, na maioria das vezes, trabalham com substâncias químicas, que penetram na pele, e podem ser usados por crianças de qualquer idade.


Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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