Blog >

Saúde da criança: dúvidas que todo pediatra irá ouvir de mães, pais e familiares
26 de agosto de 2020
Saúde da criança: dúvidas que todo pediatra irá ouvir de mães, pais e familiares

Autor:

Isabela Moreira Forni

Pediatra, você sabe responder a todas as perguntas que os familiares da criança e do adolescente fazem a você no consultório? A saúde da criança é uma incógnita especial para mães e pais de primeira viagem, mas outras pessoas que compõem o circuito de cuidados também possuem muitas expectativas sobre como contribuir de forma satisfatória para o bem-estar daquele indivíduo.


Isso significa que nenhum pediatra está a salvo do universo de dúvidas que podem surgir a cada consulta. E não, nem todas as perguntas nós saberemos responder de imediato. Mas algumas nós já podemos anotar e nos preparar, pois, além de básicas, não são nenhum bicho de sete cabeças. Confira e nos dê o seu palpite!

1- “Meu leite é fraco?”

O leite fraco é uma crença antiga e sem qualquer embasamento científico. Ela se vale da insegurança da mãe diante do choro persistente da criança para levá-la a duvidar que o seu corpo não produz o leite que a criança precisa. Infelizmente, essa dúvida pode acometer qualquer mulher, mesmo as mais bem informadas.


Inclusive, é bom deixar claro que, segundo a ciência, o leite materno é o melhor alimento nutricional que o bebê pode ter em seus primeiros seis meses de vida. Pois, ele promove o desenvolvimento e o melhor crescimento da criança, protegendo-a contra doenças.


O pediatra precisa entender minimamente sobre aleitamento materno para poder transmitir segurança e informação adequada para a mãe sobre o processo de conexão que ela está construindo com o bebê. O choro é a forma de se comunicar encontrada pela criança para obter algo que ela deseja muito e a mamada é também um momento de aconchego.


Obviamente, isso não anula a possibilidade de outras razões para o choro. Mas vai do pediatra saber escutar bem a mãe e os sinais da criança.


2- “Já posso desmamar meu bebê?”

A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebês sejam alimentados somente com leite materno até os seis meses de vida - com exceção para casos muito específicos. Após o sexto mês de vida, é indicada uma alimentação mais variada, podendo o leite materno continuar até o segundo ano de vida ou mais.


Portanto, o ideal é que o desmame seja um processo natural, mas não há uma regra definida para quem a mãe “deve” desmamar o bebê. Caso a mãe acredite que seja o momento, é compromisso do pediatra orientá-la para que o processo aconteça de forma gentil para a mulher e seu filho.

3- “Meu bebê não para de chorar, ele está doente?”

Lembra o que comentamos no tópico 1? Pois bem, vamos repetir: o papel do pediatra é, antes de tudo, ouvir seu paciente. O choro é um mecanismo de comunicação, com o qual o bebê aprendeu a informar que sente fome, sono, desconforto, irritabilidade, medo, frustração, cansaço, tristeza e dor.


Embora nem todo choro seja motivo de preocupação, os pais, cansados de tentar compreender o motivo ou com receio pela saúde e bem-estar da criança, vão recorrer ao pediatra para que esse aconselhe sobre o que fazer.


Dessa forma, pediatra, você terá a missão de identificar se há outros sintomas além do choro.


4- “Meu filho dorme poucas horas por noite, é normal?”

Se você ainda é inexperiente na clínica pediátrica, saiba: essa é uma das dúvidas campeãs sobre a saúde da criança. Exaustos de lidar com o relógio biológico imaturo do bebê, os pais buscam uma solução mágica para voltar a dormir sem interrupções.


Mas despertar várias vezes à noite é comum nos primeiros anos de vida de uma criança. A depender da idade, o pediatra pode orientar os pais sobre algumas rotinas mais aplicáveis para auxiliar a família a ter noites de sono regulares.


Por isso, é importante que o profissional saiba sobre o sono infantil para oferecer dicas sobre o ambiente ideal para o bebê dormir, luminosidade, roupinha confortável e a posição do corpinho para dormir em segurança. Além de saber reconhecer situações severas em que podem ser diagnosticados distúrbios do sono.


5- “O que fazer para lidar com a birra?”

As dúvidas sobre comportamento infantil são insistentes na clínica pediátrica, principalmente ao que se refere às temidas crises de birras, características de fases específicas do desenvolvimento da criança.


O pediatra pode auxiliar pais, cuidadores e demais responsáveis a lidarem com as birras de forma afetiva, acolhendo a criança para ajudá-la a compreender as próprias emoções. Assim como também pode contar com um profissional especialista em comportamento infantil para aconselhar os pais de forma mais pertinente.


O importante é que, embora a birra seja um comportamento visto com “maus olhos”, os adultos a entendam do ponto de vista da própria criança e tenham cuidado para não rotular de forma negativa. Caso contrário, a criança pode crescer sem saber decifrar e lidar com as suas emoções.


6- “Como estimular o desenvolvimento correto do meu filho?”

É comum que os cuidadores cheguem ao consultório médico comparando o desenvolvimento da sua criança ao de outra da creche, do parquinho, da vizinhança. A dúvida pode surgir acompanhada de uma autocrítica acerca do “o que estou fazendo de errado?”


É uma mistura de preocupação com competição e ainda autopunição, e o pediatra precisa estar atento para não cair na tentação de condescender. Sendo ele um verdadeiro aliado de quem cuida das crianças, é preciso aprofundar-se no conhecimento sobre desenvolvimento infantil tanto para tirar dúvidas como essas quanto para alertar que cada criança possui seu ritmo de desenvolvimento.


E, então, curtiu o nosso rápido compilado de dúvidas de familiares sobre a saúde da criança? Aproveite que chegou até aqui e baixe o nosso infográfico sobre atendimento humanizado com algumas reflexões que podem contribuir no seu fazer médico.


Até o próximo artigo! :)


Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
Criptorquidia
Por Eludivila Especialização Pediátrica 30 de abril de 2024
Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
vacina da dengue
Por Eludivila Especialização Pediátrica 29 de março de 2024
Reunimos as principais informações sobre a vacina da dengue para que os pediatras possam orientar adequadamente seus pacientes.

Assine nossa Newsletter

Cadastre-se e receba novidades e dicas da Eludivila

em seu e-mail.

Contate-nos

Share by: