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Repelentes para bebê: Cuidados e quando usar
23 de abril de 2021
Repelentes para bebê: Cuidados e quando usar

Autor:

Isabela Monteiro Forni

A Sociedade Brasileira de Pediatria lançou o guia Prático de Repelentes e outras medidas protetoras contra insetos na infância, como forma de prevenir e cuidar das crianças que são o público mais vulnerável a doenças causadas por insetos, como dengue e zika. No entanto, é muito comum que surjam dúvidas no momento da consulta, de informações que vão além das que estão no guia.


O documento foi atualizado em junho de 2020, e inclui, além de informações e indicações a respeito dos repelentes, também os inseticidas, sejam aqueles que em sua composição sejam produzidos à base de permetrina ou outros piretróides sintéticos. 


Por isso, o objetivo deste artigo é tratar de todas essas informações e como elas estão presentes na rotina diária do pediatra, auxiliando-o. Confira:


Repelente para bebê ou inseticida?


Embora comumente relacionados pelos pais, o uso de repelentes e inseticidas requer indicações e uso específicos.


Os inseticidas, por exemplo, são muito eficazes em exterminar os insetos, principalmente aplicados em um ambiente fechado. No entanto, é fundamental que haja muito mais cuidado por parte dos pais. Se a ideia dos pais é deixar o quarto mais seguro, a aplicação do inseticida deve ser usada pelo menos 2 horas antes do sono e garantir que o lugar fique bastante arejado após aplicação.


Já os repelentes possuem seu uso e aplicações diferentes por produto, pois os compostos químicos em cada um deles devem ser levados em consideração na hora de escolhê-los. É importante lembrar aos pais e responsáveis que os repelentes, como o próprio nome já diz, apenas repele e não elimina os insetos.

Tipos de repelentes


DEET


A N,N-Dietil-m-toluamida ou simplesmente DEET é um dos produtos químicos mais antigos no mercado de inseticidas e isso ressalta a sua real utilidade e praticidade.


Mesmo com tantos anos de mercado, são raros os efeitos adversos e que na maioria dos casos estão muito mais ligados ao mau uso, como aplicações em excesso ou em peles irritadas do que realmente algum tipo de alergia.


Ele pode ser aplicado tanto na pele da criança, quanto também nas roupas. A segunda opção, no entanto, exige um pouco de cuidado extra, já que tecidos que não são lã, algodão ou nylon podem surgir manchas ou mesmo enfraquecê-lo.

A Sociedade Americana de Pediatria indica o uso do DEET a partir dos dois meses, com uma concentração máxima de 30%. Já a Canadense a concentração indicada é de 10% para crianças entre 6 meses e dois anos.


A Anvisa indica o uso de repelentes a partir dos 6 meses, mas existe no mercado, produtos liberados a partir dos 3 meses, que seguem as normas americanas, que possuem uma concentração menor.


Icaridina


Com uma proteção ampla contra insetos, incluindo uma forte eficácia contra o Aedes aegypti a Icaridina é uma solução muito útil quando falamos principalmente no Brasil.


Assim como o DEET, os efeitos adversos estão ligados ao uso excessivo ou inadequado. Além disso, as soluções são sem cheiro e mais difíceis de causarem irritação, o que a tem deixado com bastante destaque no mercado.


Aqui no Brasil, o uso indicado da icaridina é, geralmente, indicado para bebês acima dos três meses, mas o ideal é seguir as recomendações de cada produto.


Óleo de limão eucalipto


O óleo de limão eucalipto ou PMD também é muito eficaz mas com um grande porém: não é recomendado para crianças abaixo dos três anos.


Para a recomendação, é importante esclarecer aos pais também que o óleo de limão eucalipto é diferente do óleo de eucalipto, que não deve ser usado como repelente.


Óleos naturais


Outros tipos de produtos que surgem em uma consulta pediátrica é o uso dos óleos naturais, como citronela.


Embora eles possuam sim características naturais que funcionam como repelentes, é importante destacar que a maioria deles é muito volátil, o que torna o uso bastante limitado.


Aplicação de repelentes em crianças


De forma geral, os repelentes atuam formando uma camada de vapor que possui certo odor, afastando os insetos. A eficácia desse método, no entanto, pode variar de acordo com a concentração da substância ativa e outros fatores, que interferem no efeito do repelente de uma pessoa para outra.


Quando se trata de crianças , outras preocupações devem ser levadas em consideração: os repelentes devem ser fortemente recomendados quando a criança estiver em local com maior manifestação de insetos, como fazendas, praias, chácaras, porém, não devem ser aplicados durante o sono e deve-se ter bastante atenção nas orientações de uso e reaplicação pois o uso excessivo pode causar irritação na pele.


No caso da icaridina, por exemplo, que pode ser aplicada nas roupas, é uma boa solução para deixar o sono do bebê mais seguro.


Recomendações de aplicação do produto na pele


Orientar os pais ou responsáveis a não deixar que a própria criança aplique o produto em sua pele, pois elas poderão passar os olhos ou ingerir, levando a outros problemas. O ideal é que a pessoa adulta aplique na criança periodicamente de acordo com o tempo recomendado pelo fabricante.


A dica é que o responsável aplique na pele dele diretamente, espalhando o produto e depois espalhar na pele da criança.


Como os repelentes têm um efeito de até 4cm do local aplicado, não se aplica muito próximo da área dos olhos, boca ou nariz ou ainda próximo de machucados. A retirada do produto deve ser feita com banho e sabonete.


Evitar que a criança durma com o repelente no corpo para não extrapolar o período máximo de exposição e não causar irritações ou alergias. Outro cuidado que se deve ter é com a aplicação conjunta de repelentes e protetor solar. O Guia da Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda o uso de produtos "2 em 1", devido tempo de reaplicação e diminuição da eficácia quando juntos. O ideal é aplicar primeiro o protetor solar e após 20 a 40 minutos aplicar o repelente.


Os repelentes em sua versão cremosa são mais recomendados para aplicação em pele de crianças do que as versões em spray por garantir a área de cobertura e evitar acidentes de aplicação em locais não desejados.


Aumentando a proteção contra insetos


Para aumentar a proteção contra os insetos, o ideal é adaptar a realidade da criança às práticas utilizadas.


Ou seja, em locais onde há muita incidência de dengue, por exemplo, o ideal é sim optar pela icaridina, bem como as redes de proteção seja na cama ou no próprio carrinho de passear.


Além disso, vimos neste artigo, que os repelentes têm efeitos diferentes e por isso, seu uso com as crianças deve ser cauteloso, pois o resultado varia do tipo de princípio ativo contido no produto, bem como a concentração desse princípio e até a forma como ele se apresenta. Em caso de crianças que não possam usar os repelentes, o recomendado é sempre buscar recomendação médica que vai avaliar qual medida é mais adequada para a proteção.   


Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
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