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Mitos da amamentação: 6 coisas que seus pacientes vão perguntar
21 de setembro de 2020
Mitos da amamentação: 6 coisas que seus pacientes vão perguntar

Autor:

Isabela Moreira Forni

Antes mesmo do bebê nascer, muitas mães precisam lidar com um acúmulo de informações a respeito do aleitamento. Muitas dessas informações vêm de parentes e amigos que, no intuito de ajudar, acabam reforçando inverdades. Dessa forma, surgem os vários mitos da amamentação que você, pediatra, precisará abordar.


Nas clínicas, muitos profissionais precisam lidar com essa desmistificação das informações. Principalmente quando, ainda que não estando 100% erradas, elas não sejam válidas para toda mãe que ali é atendida.


Como sabemos, cada bebê possui suas especificidades e necessidades. Mas muitos mitos nascem a partir de uma determinada medida que deu certo para alguns e que não é indicada para todos. Diante disso, buscaremos solucionar seis perguntas frequentes que sempre reforçam os mitos da amamentação por aí. Confira!

6 mitos da amamentação


1- A mãe produz pouco leite?

Estatisticamente falando, não é tão comum ter mães que produzem - de fato - pouco leite. Embora exista sim a chance, o que acontece é que a produção de leite segue a lógica da “oferta e demanda”. Ou seja, quanto mais o bebê se alimentar do leite materno, mais leite a mãe irá produzir.


Existem algumas condições maternas que podem levar a uma baixa produção do leite:



  • Doenças maternas (Ex: Diabetes, hipertensão arterial, cirurgia bariátrica, anemia, doenças auto imunes, entre outras.);
  • Atraso na lactogênese II (Ex: Síndrome do ovário policístico, fragmentos retidos da placenta, hemorragia periparto, entre outras)
  • Problemas hormonais;
  • Hábitos maternos (tabagismo, álcool, uso de drogas, alguns medicamentos, fadiga, distúrbios emocionais);
  • Hipoplasia mamária;


Assim, o indicado ao pediatra é que, caso a paciente relate baixa produção de leite, verificar os itens anteriores. Além disso, é possível validar se de fato a produção de leite está baixa analisando o bebê:



  • Verificar o peso dele;
  • Verificar o número de vezes que o bebê está fazendo cocô e xixi;
  • Verificar se o bebê apresenta sintomas de desidratação;
  • Verificar o estado comportamental do bebê (ex: se o bebê está muito irritado o tempo todo)


Dessa forma, embora a baixa produção de leite por causas maternas seja menos frequente, é importante estar preparado para lidar com aquelas que precisarão de um atendimento especial.

2- Existe uma forma correta para amamentar?

Sabemos que existe uma pega ideal para amamentar e que essa técnica influencia também no item anterior, um dos mitos da amamentação. Dessa forma, o primeiro passo para uma amamentação saudável é estar em um ambiente que seja confortável e acolhedor, o que contribuirá para uma boa produção de leite..



  1. Para o ato da amamentação o bebê precisa estar alinhado (cabeça e tronco na mesma direção)
  2. O bebê precisa estar bem apoiado, sendo sustentado enquanto mama
  3. Postura assimétrica do rosto do bebê, com o queixo tocando a mama e o nariz livre
  4. Os lábios precisam estar para fora, com a boca bem aberta;
  5. A boca do bebê precisa estar bem aberta, abocanhando a maior parte da aréola (principalmente a parte inferior), evitando que seja apenas o bico do peito.


É importante que você, pediatra, identifique falhas na técnica e saiba orientar modificações que auxiliem o par mãe-bebê, para prevenir ou atuar em problemas comuns na amamentação, tais como: :


  1. Fissura ou rachadura nos seios da mãe, quando a pega está inadequada
  2. Ingurgitamento, o chamado leite empedrado, caso o bebê não esteja extraindo adequadamente o leite
  3. Pouca produção de leite, caso a ordenha do leite não esteja efetiva
  4. Confusão de bico ou fluxo, caso mamadeira e a chupeta sejam introduzidos no período do aleitamento materno, principalmente no início.

3- Prótese mamária interfere na amamentação?

As próteses podem interferir em alguns aspectos na amamentação, principalmente caso tenha sido realizado utilizando-se da técnica periareolar ou transareolar. No entanto, apesar de ser um ponto de atenção e recomendado acompanhar de perto essas mulheres, muitas vezes elas não apresentam maiores dificuldades na amamentação devido à presença do silicone.


Além disso, outro mito que faz parte dessa mesma questão é a respeito do tamanho dos seios implicarem na quantidade de leite produzido: a produção de leite não está ligada ao tamanho do seio e sim ao estímulo hormonal adequado.


4- Mães com HIV podem amamentar?

Mulheres que contraíram o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) não devem amamentar, pois existe um alto risco do vírus ser transmitido para a criança por meio do leite materno.


Dessa forma, o indicado é que o pediatra oriente a melhor forma para garantir ao bebê o aporte nutricional necessário, não deixando de lado a atenção à formação do vínculo entre mãe e bebê


5- Mulheres têm leite fraco?

Em um outro artigo nosso, pontuamos dúvidas gerais que todo pediatra irá ouvir e explicamos que um dos maiores mitos da amamentação é a "síndrome do leite fraco".


Um dos vários motivos pelos quais muitas mulheres acreditam ter leite fraco é o fato de que, no início da amamentação, temos o colostro. O colostro por não se apresentar em grande quantidade e não levar à sensação de "peito cheio", pode gerar para a mulher a sensação de leite fraco.

De uma forma geral, não existe leite fraco e as causas para esse mito são diversas, devendo sempre ser conversado e entendido com cada família o porquê dessa sensação.


6- O bebê precisa mamar a cada três horas?

Dentre os mitos da amamentação com os quais muitas mães e pediatras precisam lidar está o de que o bebê deve mamar a cada três horas.


Estudos comprovam que a amamentação deve ser feita por livre demanda, ou seja, nos horários em que o bebê demonstrar sinais de fome. Dessa forma, é importante apresentar às mães os benefícios da livre demanda e os potenciais problemas de se estabelecer horários rígidos de mamada desde o início. Caso o bebê esteja ficando mais de três horas sem mamar, é importante considerar todo o contexto clínico, alguns citados no item 2, para avaliar a segurança do espaçamento entre as mamadas.


Mitos da amamentação: como se preparar?

Os exemplos que reunimos aqui são apenas alguns dos mitos da amamentação que todo clínico pediatra enfrenta diariamente em suas consultas. Assim, existem várias outras, principalmente no que diz respeito às próximas etapas do dia a dia do profissional de saúde.


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Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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