Blog >

Pediatria: como estar atualizado na arte de acolher e acompanhar as famílias no consultório?
26 de setembro de 2020
Pediatria: como estar atualizado na arte de acolher e acompanhar as famílias no consultório?

Autor:

Ananda Ise

Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em 2018, a residência de pediatria é a segunda mais procurada no Brasil, ficando atrás apenas da clínica médica. Nos últimos dois anos que antecederam a pesquisa, a demanda cresceu em 10% e os dados revelam que ainda há muito mercado para a área.


A maioria dos programas de residência médica pediátrica concentra-se no preparo para a atuação do profissional em ambiente hospitalar e mais direcionado ao tratamento de doenças do que propriamente a prevenção ou o acompanhamento do desenvolvimento da criança e de sua família. Além disso, pela conformação da educação médica no país, esses programas acontecem em hospitais públicos.


Por isso, a maioria dos pediatras formados não se sente preparado para a atuação em consultório assim que termina sua educação formal, buscando fontes de estudo confiáveis e que atendam à prática clínica do dia a dia. Entra aí a busca por um curso de especialização pediátrica com foco na puericultura e em queixas frequentes no âmbito da consulta ambulatorial, como por exemplo demandas que envolvem o sono infantil, amamentação, introdução alimentar, desenvolvimento e por aí vai.


O que é pediatria para nós?

Para nós, a pediatria é a arte de acompanhar e acolher a família, desde o período de pré-natal até a adolescência da criança, oferecendo informações de qualidade e um olhar ampliado ao desenvolvimento da criança.


Buscar ativamente oportunidades de prevenção em saúde e estar atualizado nos conteúdos referentes ao seguimento da criança saudável são preocupações constantes de todo pediatra.



A puericultura é um recorte da pediatria, quase uma área de especialização, pela densidade e amplitude de conhecimento envolvido. Por definição, a puericultura pressupõe a proteção da criança como um ser em desenvolvimento com suas particularidades. Isso implica atenção constante a todos os aspectos da vida da criança, inserida no ambiente familiar e é preciso um olhar treinado para isso. O treinamento para esse olhar é um dos objetivos do nosso curso de especialização pediátrica.

O que levar em consideração na hora de escolher um curso de especialização pediátrica?

A prática clínica é dinâmica e relacionada ao contexto sócio-cultural em que estamos inseridos. A parentalidade de uma forma geral mudou muito recentemente e a pediatria precisa acompanhar esse ritmo.


Hoje há diversas opções de cursos no mercado, produzidos por diferentes profissionais e com enfoques e olhares particulares. No sentido de se preparar para a atuação é importante buscar conteúdo produzido a partir da experiência prática e de reflexões sobre as questões atuais que impactam as famílias.


Quem pretende fazer puericultura está assumindo um papel de coordenação de cuidado a partir do olhar para a criança, que deve se atentar aos momentos familiares e suas particularidades. A consulta de pré-natal, por exemplo, tem pontos de preocupação e potencial diferente do momento da chegada do bebê.


O trabalho a ser feito durante o primeiro mês de vida tem impacto na formação de pessoas que estão se tornando pai e mãe naquele momento. A presença de um pediatra implicado, competente e que esteja preparado para antecipar as inseguranças é decisiva nesse processo.


Por isso, para quem pretende atuar em puericultura, o exercício de acolhimento, reflexão e crítica são constantes. Um bom curso sinaliza esses momentos mais sensíveis, traz à tona as reflexões mais significativas de cada período e propõe formas de atuação a partir da experiência prática.


Temas que são recorrentes na clínica

No artigo Saúde da Criança comentamos as dúvidas que todo pediatra irá ouvir em clínicas de atendimento. Retomamos, contudo, alguns temas aqui, para uma rápida reflexão acerca de como podem ser abordados na clínica:


Meu filho está se alimentando direito?

É normal que muitos pais acreditem que os filhos não estão se alimentando direito, por não estarem fazendo aquela famosa “limpada no prato”.

 

Antecipar aos pais que existem fases com comportamentos característicos, apresentar formas de lidar com elas e identificar possíveis problemas que possam ocorrer é papel do pediatra puericultor.

 

Além disso, a opção pelo método de introdução alimentar e a escolha da linha de alimentação devem ser apresentadas e discutidas com a família. Trazer a reflexão sobre tudo isso é essencial para a construção de uma relação saudável com a alimentação e, consequentemente, a formação de uma sociedade mais consciente.


Meu filho pode sair de casa sem ter todas as vacinas em dia?

Os pais trazem as dúvidas que geram insegurança cada vez mais para dentro do consultório, a fim de compartilhar as decisões com o pediatra de sua confiança.

 

É importante estar preparado para debater esses assuntos a partir de uma perspectiva ampliada e oferecer informação de qualidade, transmitida de forma compreensível para gerar autonomia às famílias.


Meu filho é hiperativo?

Os chamados transtornos do desenvolvimento estão muito popularizados e são uma preocupação comum dos pais. As formas de se realizar a suspeita diagnóstica e de abordar esse assunto com a família são muitas e bastante delicadas.

 

Conhecer diferentes teorias e aspectos do desenvolvimento saudável é atribuição do pediatra, justamente para estar apto a identificar situações que fujam ao esperado. Permanecer ao lado da família e adequar a rotina de cuidados em situações particulares também deve estar no escopo de cuidado do pediatra.

 

O curso de especialização pediátrica da Eludivila é indicado aos profissionais que estejam interessados não apenas em realizar a pediatria ensinada nos livros de forma correta, mas que estejam dispostos e implicados em pensar cada família em sua particularidade.

 

A proposta envolve trazer para sua prática, de forma natural, o exercício de ampliação do cuidado, por meio da reflexão constante, do diálogo e de uma relação de segurança com seus pacientes.

 

Nosso objetivo é que você se sinta à vontade para se tornar referência na vida das famílias que segue. Aqui valorizamos muito a troca de experiências, entendendo que isso enriquece a prática de todos. 

 

Aproveite que chegou até aqui e assine a nossa newsletter.



Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
Criptorquidia
Por Eludivila Especialização Pediátrica 30 de abril de 2024
Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
vacina da dengue
Por Eludivila Especialização Pediátrica 29 de março de 2024
Reunimos as principais informações sobre a vacina da dengue para que os pediatras possam orientar adequadamente seus pacientes.

Assine nossa Newsletter

Cadastre-se e receba novidades e dicas da Eludivila

em seu e-mail.

Contate-nos

Share by: