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Qual é a evolução esperada da vacina BCG? Como identificar possíveis alterações da reação vacinal esperada
dez. 07, 2022
Qual é a evolução esperada da vacina BCG? Como identificar possíveis alterações da reação vacinal esperada

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

A vacina BCG é utilizada para prevenir a tuberculose, que é provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. O imunizante é a principal maneira de evitar que as crianças contraiam a doença, principalmente em suas formas graves, como a tuberculose miliar e a meningite tuberculosa.


Nos consultórios de pediatria, as dúvidas relacionadas ao imunizante são frequentes, principalmente na primeira consulta ou na consulta de pré-natal pediátrica, já que a indicação é de que ele seja aplicado ainda nos primeiros dias de vida da criança, o que gera tensão e dúvidas em muitos pais.


Neste artigo, você vai se aprofundar sobre a vacina BCG e compreender como orientar os pais sobre as perguntas mais comuns, além de saber identificar possíveis alterações das reações e conhecer a evolução esperada após a aplicação.


Quando a vacina BCG deve ser aplicada?

A indicação é de que a vacina BCG seja aplicada em até sete dias de vida para prevenir contra as formas graves de tuberculose. A doença é mais comum em populações mais vulneráveis, mas também está presente em comunidades de alta renda.


Os recém-nascidos são extremamente suscetíveis às infecções e, caso tenham contato, têm potencial para desenvolver uma forma mais séria da infecção. O tratamento é prolongado e pode trazer muitas consequências à saúde da criança.


Por todas essas razões, a recomendação é que a aplicação seja realizada ainda nos primeiros dias de vida, apesar de ser possível realizar a aplicação da vacina antes da criança completar 5 anos de idade.


No entanto, é importante dizer que, caso a família tenha optado por realizar a coleta do teste do pezinho ampliado, incluindo a pesquisa de SCID e AGAMA, deve-se esperar seu resultado para só depois realizar a aplicação. É muito importante orientar as famílias nesse aspecto, pois muitas vezes as maternidades particulares realizam a aplicação da vacina de BCG antes da alta, sendo necessário avisar acerca do teste do pezinho escolhido e a espera para realizar a vacinação. 


Qual o esquema de dose e forma de aplicação? 

O esquema de dose da vacina de BCG é dose única, sendo um diferencial dessa vacina a aplicação intradérmica, que deve ser administrada por profissionais capacitados, pois a aplicação inadequada pode resultar em efeitos adversos. 


A vacina do serviço público é a mesma que a do serviço privado? 

No caso da BCG, a vacina é a mesma em ambos os serviços. O que diferencia a vacinação no serviço privado é o conforto de poder realizá-la ainda na maternidade, domiciliarmente ou nas clínicas. É importante saber que, principalmente nos postos de saúde, muitas vezes existem dias específicos da semana para a aplicação da BCG, pois um frasco rende a aplicação em mais de um bebê. Alerte isso aos seus pacientes para eles não perderem a viagem!


Paciente não apresenta a cicatriz vacinal. O que fazer?

Uma das características mais marcantes da BCG é o surgimento de uma cicatriz vacinal. No passado, quando a marca vacinal não era desenvolvida até os 6 meses, era necessário reaplicar a vacina.


Em 2019, o Ministério da Saúde lançou uma portaria em que confirma que, geralmente, o imunizante gera uma cicatriz. O órgão, no entanto, esclarece que o paciente que não a desenvolveu não precisa se vacinar novamente.

Contraindicações

A vacina BCG é uma vacina composta pelo bacilo de Calmette-Guérin (daí a origem do nome BCG), obtido pela atenuação de uma das bactérias que causam a tuberculose. Por conta dessa sua forma de composição, possui algumas contraindicações, sendo elas:


  • Bebês menores de 2 kg;
  • Recém-nascidos filhos de mães que usaram medicamentos que possam ter causado imunodepressão do feto durante a gestação;
  • Pacientes com imunodeficiência/imunodeprimidos. 


Evolução da BCG

Para avaliar possíveis alterações nas reações da BCG, é importante entender qual é a evolução esperada após a aplicação do imunizante. A cicatrização pode se estender por um período de até seis meses.


A criança pode apresentar um linfonodo reacional axilar, mas, em geral, são linfonodos pequenos, com menos de 10 milímetros.


Espera-se que, em duas a seis semanas após a aplicação, surja uma mácula, que evolui para uma pústula — que não deve receber qualquer tratamento. Em geral, essa pústula se transforma em uma úlcera, que, mais tarde, cicatriza na cor da pele do paciente.


Possíveis alterações 

As evoluções benignas da vacina BCG são sempre menores do que 1 cm. Quando há a evolução para um abscesso frio, um linfonodo ou mesmo uma pústula maior que 10 milímetros, é importante que o caso seja avaliado.


Em alguns casos, a criança também pode apresentar um ganho de peso inferior ao esperado, em conjunto com uma cicatrização mais difícil.


Não necessariamente o paciente será diagnosticado com imunodeficiência, mas, em determinadas situações, é necessário fazer um acompanhamento e tratamentos adequados. Cada caso precisa ser avaliado.


Aprofunde-se no tema

A vacina BCG faz parte do módulo “Vacinas na visão da infectologia” da Especialização em Puericultura com Patologias, que também aborda os conceitos gerais das vacinas,aprofunda-se nos detalhes dos imunizantes mais importantes e trata da humanização do procedimento.


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