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Laringite e tosses que nunca acabam: tratamentos e como dar suporte às famílias
jan. 03, 2023
Laringite e tosses que nunca acabam: tratamentos e como dar suporte às famílias

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

Em nosso atendimento no consultório de pediatria, é muito comum encontrarmos pais e cuidadores reclamando das famosas “tosses infinitas”. Um dos diagnósticos diferenciais é a laringite

Neste artigo, vamos falar sobre o diagnóstico, a gravidade, os tratamentos e, acima de tudo, qual é a melhor forma de dar às famílias um suporte no consultório, sempre com o objetivo de manter o bem-estar dos pacientes.



O que é a laringite?

Antes de mais nada, é importante contextualizar a laringite. Trata-se de uma inflamação que atinge a laringe – região das vias aéreas em que ficam localizadas as cordas vocais e faz parte do sistema respiratório.

Normalmente, essa inflamação é causada por vírus, mas também pode ser provocada pela inalação de agentes alérgicos, bactérias ou até mesmo pelo esforço excessivo da voz.


Os sintomas mais comuns da laringite são:


  • Pigarro e dor de garganta
  • Febre
  • Dor de cabeça, de garganta ou muscular
  • Tosse
  • Rouquidão ou perda da voz
  • Sensação de garganta áspera
  • Dificuldade para respirar
  • Dor ao engolir


Laringite espasmódica recorrente

Além da laringite viral, o profissional de pediatria pode chegar a outros diagnósticos e causas que podem estar relacionadas à inflamação na laringe e, consequentemente, às tosses recorrentes, que costumam aparecer principalmente durante a noite.


Alguns exemplos são:


  • Asma
  • Atopias
  • Alterações congênitas
  • Esofagites
  • Estenose subglótica
  • Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)


Um ponto importante: não há uma associação direta com doenças do refluxo gastroesofágico, mas há uma possibilidade de a laringite estar relacionada a isso.


Vale se atentar a esse tópico, porque é comum que pais e cuidadores façam essa ligação. Em adultos, tal relação é bem estabelecida com a asma, mas não em crianças.

Fatores de risco

O hospedeiro que habita o vírus está muito relacionado com a possibilidade de ter ou não a laringite. Além disso, alguns outros fatores podem aumentar o risco do desenvolvimento da infecção, como:


  • Cartilagem cricoide elíptica
  • Hiper-responsividade a contatos com agentes virais
  • Cistos congênitos
  • Hemangiomas
  • Estenoses


Laringite viral

A laringite viral, a mais comum entre os 6 meses e os 6 anos, apresenta alguns sinais específicos que podem ajudar no diagnóstico: 


  • Estridor inspiratório: normalmente é um som bem agudo que assusta os cuidadores e aparece na inspiração. 
  • Tosse seca, bem característica e conhecida como “tosse de cachorro” ou “barking cough”.
  • Rouquidão. 


A laringite viral é uma doença de evolução rápida. É fundamental orientar os pais, explicar a eles quais são os sinais de que a infecção pode estar se agravando e quando é necessário ou não procurar o pronto atendimento.


Avaliação de gravidade

Para orientar a família sobre o tratamento domiciliar e a possível necessidade de procurar uma emergência, é essencial fazer uma avaliação de gravidade do caso, levando em consideração a história clínica do paciente.


É necessário avaliar:


  • Se o paciente apresenta o estridor em repouso.
  • O tempo de evolução.
  • Alterações estruturais prévias da via aérea. 
  • Se há desconforto na ingestão de líquidos.
  • Condições médicas prévias.
  • Episódio anterior e como foi a evolução.
  • Se os sintomas são prolongados.


É muito importante orientar pais ou cuidadores a procurarem atendimento presencial sempre que se sentirem inseguros, para que possam se tranquilizar. A avaliação da família durante o tratamento domiciliar é fundamental.


Em casa, é relevante manter algumas condutas a fim de que a terapêutica seja bem-sucedida. A inalação para manter a umidificação das vias aéreas é um dos pontos principais e a utilização de corticoides pode ser indicada em alguns casos, com indicação médica.


Além disso, é imprescindível frisar que a criança deve se hidratar o máximo possível durante esse processo.


Aprofunde-se no tema

Neste artigo, falamos sobre a laringite, seus tipos, fatores de risco, sinais de gravidade e outros detalhes. Existem, no entanto, diversos outros pontos relevantes com relação a essa infecção que é tão comum entre as crianças e que costuma deixar os pais aflitos e ansiosos.




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