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A introdução alimentar é uma das fases mais importantes do desenvolvimento saudável do bebê. Durante esse processo, que tem seu início recomendado no sexto mês de vida, a dieta da criança começa a incorporar outros alimentos, além do leite materno ou das fórmulas.
É nesse momento que o bebê passa a sentir a necessidade de ingerir mais energia do que o leite é capaz de proporcionar. É fundamental buscar criar uma relação equilibrada da criança com a comida para que ela possa se tornar um adulto saudável.
Falaremos sobre o assunto neste artigo, que tem o objetivo de auxiliar você, pediatra, a orientar a família para a introdução alimentar no consultório.
Além da importância de fazer a introdução alimentar para suprir uma demanda energética do organismo, é necessário compreender que esse processo é muito significativo para o desenvolvimento de diversas habilidades.
O bebê começa a criar suas habilidades renais e digestivas, adquire maturidade neuromotora, desenvolve suas funções cognitivas, dentre outras. Aos seis meses de idade, é comum que a criança passe a demonstrar interesse pelos alimentos e se mostre “madura” para iniciar esse processo.
É necessário que o bebê esteja pronto para isso, e certamente ele deixa transparecer alguns sinais de prontidão, como:
Muitos profissionais e cuidadores perguntam se é possível iniciar o processo antes dos seis meses. É importante compreender os sinais de prontidão e levar em consideração questões individuais da criança.
Na hora de orientar os pais, é indicado que o pediatra conheça a realidade daquela família, quais são os hábitos e rituais alimentares e explique o significado da introdução alimentar.
Durante a consulta, é essencial que o pediatra converse com os pais a respeito do ambiente em que a introdução alimentar será realizada. O bebê precisa ter uma autonomia para que não crie uma relação negativa com a comida.
É recomendado manter uma relação de respeito com a criança, evitando forçá-la a se alimentar e entendendo seus sinais de fome e de saciedade. Confira os mais comuns:
Aos 6 meses:
Entre 7 e 11 meses:
Aos 6 meses:
Entre 7 e 11 meses:
É essencial que os pais entendam que o corpo da criança “decide” quando ela está ou não satisfeita. Os cuidadores podem ensinar o bebê a deixar mais claros os sinais de saciedade.
Durante a consulta, o pediatra pode orientar sobre como a família deve agir em caso de recusa da alimentação e trazer exemplos do dia a dia. O profissional precisa trabalhar em parceria com os pais, sempre em prol da introdução alimentar de forma saudável para a criança.
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A quantidade é uma das dúvidas mais comuns entre os pais. Em primeiro lugar, é indicado que o pediatra deixe claro que o mais importante não é a quantidade, mas a relação que o bebê vai criar com a comida.
Não existe uma quantidade exata durante a introdução alimentar e é necessário enxergar o bebê de forma individual. Existem algumas referências que podem ser usadas para orientar os pais, mas é fundamental esclarecer que cada criança tem sua particularidade.
Veja a quantidade média por idade:
Vale reiterar que esses números são médios, e o profissional deve levar em consideração a individualidade da criança e a realidade da família.
É comum que os pais, ansiosos e angustiados com essa nova fase do bebê, façam muitas perguntas sobre o que servir à criança durante a introdução alimentar. Antes de entrar nesse assunto durante a consulta, no entanto, é importante conhecer a rotina da família.
Afinal de contas, será necessário fazer uma reorganização da rotina alimentar para a adaptação do bebê? O pediatra deve prestar orientações precisas aos cuidadores, incluindo a necessidade de criar uma rotina para o desenvolvimento de bons hábitos alimentares.
O Ministério da Saúde, por meio do Guia da Criança, sugere uma ideia de cardápio que pode ser introduzido para crianças a partir dos seis meses de idade. Confira: Guia da Criança, Ministério da Saúde - 2019
Os alimentos processados e ultraprocessados não são recomendados em nenhuma faixa etária e é preciso ter ainda mais cuidado durante a introdução alimentar. Durante essa fase, é indicado que os cuidadores utilizem alimentos in natura ou minimamente processados.
Com relação à introdução das frutas, o pediatra pode tranquilizar os pais, que muitas vezes se sentem inseguros. O indicado é sempre dar preferência às frutas orgânicas e da estação. Variar é sempre uma boa ideia e pode ajudar nesse processo.
Importante: é sempre válido alertar os pais sobre os riscos dos alimentos com resíduos de agrotóxicos. Em longo prazo, os efeitos à saúde são cumulativos. Outro ponto a destacar é que a higienização deve ser feita com atenção.
Na hora de preparar um prato considerado completo para o bebê durante a introdução alimentar, é fundamental inserir ao menos um alimento de cada um dos grupos alimentares. Algumas sugestões:
1. Cereais ou raízes e tubérculos
Arroz, milho, macarrão, batatas, mandioca, inhame, cará, farinha de trigo, aveia, dentre outros.
2. Leguminosas
Alimentos como feijões de todos os tipos, soja, ervilha, lentilha e grão-de-bico.
3. Legumes e verduras
Couve, brócolis, abóbora, cenoura, abobrinha, repolho, quiabo, espinafre, beringela, dentre outros.
4. Carnes e ovos
Carne bovina, carne de ave, pescado e ovo.
Muitas vezes, os pais têm dúvida sobre a introdução de temperos ao preparar os pratos. Os temperos naturais podem ser usados. É importante evitar a utilização de temperos prontos e o exagero do sal.
Falamos sobre diversos temas relacionados à introdução alimentar neste artigo, mas a verdade é que existem muitos outros pontos relevantes e que devem ser tratados com os pais para que o processo seja feito da forma mais adequada possível.
Os cuidadores ainda podem ter dúvidas relacionadas à alimentação, como a utilização de óleos e azeites, a introdução de mel e açúcar, alimentos alergênicos (como leite de vaca e seus derivados, por exemplo), descongelamento e armazenamento dos alimentos.
A introdução alimentar é um assunto que pode render uma longa discussão. Por isso, o tema se tornou um módulo completo na Especialização em Puericultura da Eludivila, que visita todos os pontos relacionados ao processo.
O principal objetivo do curso é proporcionar ao pediatra ferramentas que potencializem o dia a dia no consultório, ampliando seu olhar para uma pediatria que vai muito além do hospital, trazendo conceitos não abordados na maior parte das residências.
A Eludivila acredita que não é mais possível seguir com o atendimento na puericultura se limitando apenas ao acompanhamento das curvas de crescimento e dos checklists de desenvolvimento.
É preciso se conectar à realidade das famílias, levando em consideração seu entorno e se integrando com a rotina de quem cuida da criança, sempre fornecendo informações de qualidade e transformando o atendimento em uma verdadeira rede de apoio.
A Especialização em Puericultura da Eludivila aborda diversos temas relacionados ao universo da pediatria. As aulas são gravadas e podem ser vistas a qualquer momento e quantas vezes forem necessárias. Elas ficam disponíveis por 2 anos a partir do início do curso.
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