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Como lidar com o nascimento de dentes do bebê?
24 de janeiro de 2022
Como lidar com o nascimento de dentes do bebê?

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A fase de nascimento de dentes do bebê costuma ser caracterizada por algumas intercorrências que tiram o sono dos pais. Por isso é muito comum que eles busquem ajuda do pediatra para lidar com os incômodos.


O processo de nascimento dos primeiros dentes da criança ocorre, em média, entre os 6 meses aos 3 anos de idade. Nesse período, é comum o bebê passar por uma intensa salivação, aumento de irritabilidade, levar bastante a mãozinha na boca e sentir aumento da temperatura do corpo. 


Inclusive, você sabia que o nascimento de dentes do bebê já esteve ligado à mortalidade infantil? Hoje essa associação já parece bastante exagerada, mas ainda mantém um "residual" de que o nascimento do dente pode resultar em sintomas graves. Isso nada mais é que um mito. Mas, de família em família, o mito acaba se tornando um senso comum.


A fase de nascimento da dentição deixa os pais à flor da pele, que raramente encaram como mais um marco de desenvolvimento. Afinal, febre e mudança no comportamento do bebê assustam e mudam a rotina da família.


E é sobre isso que vamos abordar neste artigo. Ao final dele, você pode comentar se o conteúdo te ajuda a orientar pais a lidarem com o processo de nascimento de dentes do bebê. Vamos lá?


A salivação e mão na boca indica o nascimento dos dentes do bebê? 


Entender o que acontece com o bebê nessa fase pode ajudar você, pediatra, a acalmar os pais. Por exemplo, é comum que nessa fase ocorra muita salivação e o bebê fique o tempo inteiro com a mão na boca. 


No entanto, é importante orientar as famílias que nos 2 primeiros anos da criança nós temos o que chamamos de "fase oral", como bem sabemos, faz parte do desenvolvimento do bebê desde seu nascimento. Essa é a etapa de exploração do ambiente, onde o bebê
experimenta sensações, gostos e texturas. Portanto, ela não tem relação direta com a dentição, como muitas famílias acreditam. 


A salivação também é um processo fisiológico que ocorre ao longo dos primeiros meses, a criança começa a produzir mais saliva e também começa a lidar com essa produção, a administrar esse líquido que ela mesma está produzindo. 


Nesse contexto, salivação e mão na boca não necessariamente significam nascimento dos dentes, mas são sinais característicos dessa fase sim. 

E a febre é um sintoma de erupção dentária? 

A princípio não existe evidência científica que comprove que a febre é um sinal diretamente relacionado ao nascimento de dente das crianças. No entanto, é evidenciado que ela pode levar a um aumento da temperatura e também pode envolver outros processos que culminam na febre. Por isso, caso pais perguntem se o nascimento do dente dá febre, o indicado é responder: “não seria a primeira hipótese, teríamos que descartar outras causas”.


Por exemplo, é certo que no processo de erupção dos dentes há inflamação da gengiva. E, por ser inflamação, pode causar um aumento de temperatura no corpo. Mas não é regra que aconteça com todos os bebês. 


O aumento da temperatura corporal pode deixar a criança irritada e desanimada, independentemente da idade. Porém, podem ser outras as causas da febre na criança


Os seis meses de idade, quando comumente nascem os primeiros dentinhos, também é o momento da introdução alimentar, isso também pode levar a uma mudança na rotina e comportamento. Além disso, ele estará na fase oral até os 24 meses de vida e não é impossível que, por acidente, consuma produtos nocivos à sua saúde e que causem febre. 


A ida para a creche ou para o pré-escolar - em que o contato com outras crianças e adultos, o deixa mais exposto a vírus, bactérias e a outras doenças - também precisa ser considerada na avaliação do pediatra sobre as causas de uma febre.


O que queremos lembrar com tudo isso é que a causa de uma febre pode ser multifatorial. E, embora a febre coincida com o período de nascimento de dentes no bebê, um evento não precisa estar diretamente ligado a outro. 


Portanto, a febre leve pode ser um indicativo do dente nascendo se for associada à inflamação da gengiva, mas também pode ser uma reação do organismo do bebê a outro problema a ser investigado.


O que o pediatra deve fazer nesses casos? 

Além da salivação insistente, da febre e da irritabilidade, os pais costumam relatar diarreia, assadura e dor no ouvido do bebê durante a fase de nascimento dos dentinhos. 


Por isso, tanto pais quanto pediatras precisam ficar atentos ao que o bebê está tentando "dizer". Isso sem alarde e sem gerar mais preocupação para a família, mas com devida empatia com esse momento de dúvida.


Em caso de sintomas mais intensos ou persistentes, o pediatra precisa orientar que os pais redobrem a atenção e cuidados relacionados, eventualmente sendo necessário avaliação médica. 


Além disso, é importante que o pediatra aproveite esse momento para orientar o acompanhamento com odontopediatra para já orientar quanto higiene e cuidados com os novos dentinhos. 


Nesse contexto, sugerimos encontrar dentistas parceiros que você possa recomendar aos familiares das crianças nessa fase importante de formação dos primeiros dentes. Assim, você garante o atendimento correto e deixa uma família mais tranquila e bem acompanhada.


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Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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