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Como orientar os pais, no consultório de pediatria, sobre o enxoval do bebê
3 de outubro de 2022
Como orientar os pais, no consultório de pediatria, sobre o enxoval do bebê

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

A chegada de um bebê envolve uma série de preparações e cuidados por parte dos pais. É hora de pensar nos planos para o parto, na saída da maternidade, no nome da criança, entre outros pormenores. O enxoval do bebê também faz parte dessa lista.


Pode parecer simples, mas nós, pediatras, sabemos que a escolha dos itens ideais para o recém-nascido precisa ser feita com cautela. Nós nos deparamos frequentemente, no consultório de pediatria, com famílias preocupadas com essa questão.


Para ajudar você a estar mais preparado para orientar os pais sobre o enxoval do bebê, preparamos um artigo com tudo o que você precisa saber a respeito. Faça uma boa leitura!


Enxoval do bebê: o papel do pediatra

Em primeiro lugar, é importante entender que o pediatra não precisa, necessariamente, acompanhar todos os lançamentos e ficar por dentro das novidades em relação aos produtos.


Na hora de orientar os pais a respeito do enxoval do bebê, o mais relevante é explicar as questões pediátricas que envolvem esses artigos, sempre levando em consideração que a decisão é da família, e nosso papel é de apoiá-los e tirar dúvidas.


Além disso, vale destacar que preços elevados ou prêmios conquistados pelas marcas não garantem que determinado produto seja o melhor e esteja mais alinhado com as recomendações médicas.


Quando é a hora de fazer o enxoval do bebê?

Uma das perguntas mais frequentes entre as famílias é a questão do momento ideal para a preparação do enxoval do bebê. Não existe um período específico.


O mais indicado, no entanto, é orientar que os pais não comecem a fazer as compras ainda no primeiro trimestre. Afinal de contas, trata-se de uma fase delicada da gestação.


Outras reflexões sobre o enxoval

Durante a conversa com os pais a respeito do enxoval do bebê, é essencial que o pediatra aborde alguns pontos. São detalhes que muitas vezes passam despercebidos pelas famílias, mas merecem atenção.


Veja algumas reflexões a serem feitas sobre o tema:


1. Questão financeira


É necessário considerar gastos extras mais importantes do que determinados itens de enxoval com preços elevados, como a equipe de parto, por exemplo.


Fisioterapia pélvica e até a contratação de uma doula também podem ser necessárias. Além disso, existem outras questões. Os pais precisam pensar em vários detalhes, como quem vai ficar com o bebê quando ambos voltarem a trabalhar.


 2. Consumo x consumismo

O consumismo também pode se tornar um problema na elaboração do enxoval do bebê. Vale a pena refletir com as famílias sobre a necessidade de comprar determinados produtos que não são fundamentais para um recém-nascido.


3. Usabilidade

Outra reflexão é sobre a usabilidade dos itens. Por quanto tempo o bebê usará aquele produto? É indispensável que os pais compreendam que, nos primeiros anos – principalmente nos primeiros meses –, o corpo do bebê muda constantemente.


Muitas vezes, determinados artigos são usados pouquíssimas vezes, e o valor investido poderia ter sido utilizado para outros fins.


Enxoval do bebê no exterior

Não é incomum se deparar com pais no consultório de pediatria com dúvidas sobre onde fazer a compra do enxoval. De fato, existe grande variedade de produtos em outros países e muitas vezes eles são vendidos mais baratos.


No entanto, vale refletir sobre outros gastos relacionados a uma viagem ao exterior. Uma dica é fazer uma boa análise de preços – levando em consideração todas essas questões – e atentar para a hipótese de contratar um personal shopper.


Também é fundamental compreender que nem sempre as orientações dos produtos são adequadas do ponto de vista pediátrico.

Organizando a lista de compras

A seguir, você encontrará algumas formas de organizar a lista de compras para o enxoval do bebê. Vale destacar, no entanto, que cada pediatra faz as próprias indicações.


No momento de orientar os pais, é necessário perceber   a realidade de cada uma das famílias, por isso é tão importante conhecê-los durante as consultas.


Orientamos que você, pediatra, leve em conta a sua experiência e o seu olhar.


Por prioridade:


  • Itens essenciais
  • Itens que ajudam/recomendados
  • Itens opcionais mais relevantes
  • Itens opcionais menos relevantes
  • Apenas com recomendação médica
  • Não recomendados


Por categoria:


  • Quarto, sono e roupas
  • Passeio e transporte
  • Higiene e banho
  • Saúde e segurança
  • Amamentação e alimentação
  • Atividades e brinquedos
  • Produtos para a mãe


É primordial orientar os pais sobre os riscos trazidos por alguns itens. Muitas vezes, materiais que parecem seguros acabam colocando em risco a saúde do bebê.


É o caso, por exemplo, de determinados cremes de barreira e pomadas de assadura, que, em muitos casos, têm substâncias químicas em sua composição.


Você sabe como identificá-los? A Eludivila preparou um material especial e completo para ajudar você. Acesse agora clicando aqui e faça uma boa leitura!


Palavra-chave: apoio

Independentemente da sua experiência como pediatra e das expectativas dos pais com relação à organização do enxoval do bebê, o ponto mais relevante é o apoio. Essa é a palavra-chave quando falamos das famílias que vivem esse momento tão especial.


É um período marcado por muitas alegrias, mas as dúvidas e angústias também fazem parte dele. Como profissionais de pediatria, podemos orientá-los para que tomem a melhor decisão, sempre considerando sua realidade e suas vontades relacionadas ao bebê que vai chegar.


Apoiar e ser um ponto de acolhimento é sempre o melhor caminho.


Quer estar mais preparado? Aproveite esta dica

Neste artigo, abordamos a importância das orientações do pediatra a fim de que os pais comecem a planejar o enxoval do bebê. Se você ficou com alguma dúvida e quer se aprofundar no assunto, conhecer os itens que consideramos importantes e outros detalhes a respeito, temos um convite!


A Especialização em Puericultura da Eludivila tem um módulo especial sobre o enxoval, incluindo alguns pormenores que vão enriquecer ainda mais a sua abordagem do assunto no consultório de pediatria.


O curso é recomendado não apenas aos pediatras que atuam em consultório, mas também aos profissionais que estejam iniciando esse processo. O intuito é contribuir para que você possa prestar um atendimento diferenciado, focado nos primeiros 1.000 dias do bebê.


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Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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