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Burnout médico: como perceber os sinais e qual a ligação com o WhatsApp na pediatria
12 de julho de 2022
Burnout médico: como perceber os sinais e qual a ligação com o WhatsApp na pediatria

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

Muito provavelmente você, pediatra, já ouviu falar sobre a síndrome de burnout. Trata-se de um distúrbio psíquico ligado à tensão emocional e ao estresse causados pelo desgaste no trabalho.


O problema, que também é conhecido como síndrome do esgotamento profissional, atinge pessoas dos mais diversos setores, principalmente da área da saúde.


A pandemia do novo coronavírus intensificou ainda mais esse quadro por conta da rotina pesada nos hospitais. Com o aumento da demanda, os profissionais da saúde ficaram sobrecarregados e encontraram dificuldades em conciliar vida pessoal e profissional.


O burnout médico também acontece na pediatria e é um tema importante e que merece ser discutido com mais frequência. Falaremos sobre o assunto neste artigo, trazendo informações importantes e explicando a ligação da síndrome com o uso do WhatsApp por médicos, principalmente entre pediatras.


As características do burnout

A principal caraterística do burnout é o estado de tensão no dia a dia e o estresse provocado pelo trabalho. É habitual que o profissional atingido apresente sempre a sensação de cansaço e esgotamento, independentemente de seus cuidados físicos (como a alimentação saudável e as boas noites de sono, por exemplo).


É mais comum que o problema atinja pessoas com profissões que exigem um envolvimento mais intenso e direto, acima de tudo quando ligado diretamente a outras pessoas.


É importante que o pediatra saiba sobre o assunto, não apenas para cuidar da própria saúde, mas também para alertar os pais. O burnout também atinge frequentemente pessoas que enfrentam jornada dupla, principalmente entre as mães.


Como perceber os sinais?

Normalmente, os profissionais atingidos pela síndrome do burnout experimentam uma sensação de esgotamento físico e emocional sem fim. Têm dificuldade para descansar, se entreter e, principalmente, se desligar do estresse do trabalho mesmo nos momentos de folga.


Esses sintomas acabam refletindo em algumas atitudes negativas que podem prejudicar o andamento das atividades profissionais e trazer danos à saúde. Alguns exemplos são:


  • Mudanças bruscas de humor
  • Sensação de irritabilidade
  • Ansiedade e depressão
  • Irritabilidade e agressividade
  • Dificuldade de concentração
  • Problemas de memória


A síndrome do burnout também pode se manifestar no corpo e causar, além do cansaço já mencionado, insônia, dor de cabeça, enxaqueca, distúrbios gastrintestinais e até pressão alta.


Qual a ligação entre o WhatsApp e o burnout?

O WhatsApp ganhou muita força na última década e acabou se tornando um dos principais instrumentos de trabalho de profissionais de diversas áreas.


Os pediatras fazem parte de um grupo específico que acaba utilizando ainda mais o aplicativo, já que estão sempre respondendo as dúvidas da família, acima de tudo quando o paciente é um bebê recém-nascido.

É muito importante tentar separar a vida profissional da pessoal, mas a verdade é que essa é uma dica muito óbvia. Colocar em prática não é uma tarefa nada fácil e pode ser um grande desafio.


Como equilibrar a vida profissional e a pessoal?

Utilizamos o WhatsApp em todos os momentos. A ferramenta é, de fato, uma mão na roda e acaba se tornando indispensável nos dias de hoje. Além dos contatos profissionais, o aplicativo se torna o principal meio de comunicação até com pessoas próximas.


Como equilibrar a vida pessoal e profissional se o WhatsApp é um instrumento que serve para todas as relações? Existem algumas ações que podem ser colocadas em prática e tendem a te ajudar a balancear esses dois lados.


Contas separadas

Fazer o uso de contas separadas para tratar assuntos profissionais e pessoais é uma excelente forma de manter o equilíbrio.


Uma das maiores reclamações relacionadas ao WhatsApp é a ausência de uma função que permita a retirada do status “online” do aplicativo. Essa funcionalidade acaba gerando uma impressão de que você está sempre disponível para resolver problemas ligados a qualquer tema.


Utilizar contas diferentes pode ajudar. Uma das vantagens ao usar uma conta profissional é que, após o expediente, você pode adicionar respostas automáticas e informar que estará ausente da rede até o dia seguinte, por exemplo.


Retire as notificações

Quando possível, bloquear as notificações da conta profissional de seu aparelho também pode te ajudar a se desvencilhar do trabalho nos momentos de folga.


É comum, por exemplo, que pais e mães entrem em contato com o pediatra nos mais diversos horários para tirar dúvidas. Isso acontece com ainda mais frequência nos casos de pacientes recém-nascidos.


Um outro exemplo é a época do ano: no inverno, as doenças respiratórias apresentam um aumento significativo. As crianças são mais sensíveis e acabam sofrendo com as consequências dessas enfermidades, deixando a família insegura.


Por esses fatores, nem sempre é viável desligar-se completamente das notificações, principalmente durante os plantões. É possível, no entanto, se programar (deixando um colega de sobreaviso, por exemplo) e, no momento certo, se desligar das notificações.


É importante se distanciar das obrigações profissionais em alguns momentos para cuidar da saúde física e mental.


Os desafios do uso do WhatsApp

O uso do WhatsApp e o desafio de tentar conservar uma relação saudável com o aplicativo e com o trabalho pode render uma longa discussão.


A Eludivila lançou, dois vídeos temáticos que falam especificamente sobre o tema. São dicas de ouro que podem mudar a sua forma de enxergar a ferramenta e te ajudar a cuidar das demandas de seus pacientes sem se sobrecarregar.


Convidamos Paula Mendes, nossa educadora parental e psicóloga familiar, para tratar o assunto, trazendo muita informação de qualidade. A pediatra Isabela Forni também traz uma série de dicas que podem fazer a diferença no seu dia a dia.


Os vídeos sobre o uso do WhatsApp e o equilíbrio da vida pessoal e profissional estão disponíveis na íntegra para os assinantes da Especialização Contínua.




Afinal, como posso evitar a síndrome do burnout?

Os profissionais da pediatria se dedicam aos cuidados com os pacientes e suas famílias, sempre com muito carinho, atenção e acolhimento. Também é importante, no entanto, cuidar de sua própria saúde física e mental para evitar desgastes e futuros problemas.


Afinal de contas, como posso evitar a síndrome do burnout? Além do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, que tanto citamos neste artigo, também é importante equilibrar o corpo e a mente.


Algumas dicas para evitar o esgotamento profissional são:


  • Leve a sério seus momentos de descanso e relaxamento
  • Tire férias regularmente do trabalho
  • Pratique exercícios físicos e mantenha uma alimentação saudável
  • Cuide de sua vida social e pessoal
  • Pratique hobbies


Compreenda seus limites, compartilhe seus problemas e tente se manter saudável para que possa continuar exercendo a pediatria com qualidade, tanto para você quanto para seus pacientes.



Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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