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Fichas de anamnese: por que ter modelos prontos?
25 de abril de 2022
Fichas de anamnese: por que ter modelos prontos?

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A primeira consulta de um bebê em desenvolvimento gera bastante expectativa e ansiedade na família. Assim, é importante que o pediatra da criança gere confiança nos pais, com um ambiente agradável e acolhedor, além de um atendimento empático e organizado  com ficha de anamnese sistematizada para proceder com a consulta.


Sabemos que a anamnese é um procedimento importante, pois é o momento de recordar e avaliar sintomas, conhecer o histórico do paciente, da família, possíveis queixas, e já que o bebê ainda não pode falar por si próprio, serão os pais os mediadores da relação com o pediatra.


Não é apenas uma consulta com perguntas e respostas ou aplicação de questionário. A prática da medicina exige empatia na abordagem, comunicação e entendimento da perspectiva da doença dentro do contexto biopsicossocial da família.


Diante desse contexto, este artigo vai deixar como dica o pediatra trabalhar com
fichas de anamnese prontas. 


Por que ter fichas de anamnese prontas? 


Uma boa
ficha de anamnese é como um roteiro que direciona melhor a abordagem e o histórico de vida da criança até então.


A depender do número de pacientes no consultório, dos tipos de casos, necessidades, diagnósticos, as fichas separadas por idade
também contribuem para sistematizar dados correlacionados com o período de desenvolvimento biopsicossocial de cada criança naquela etapa da vida.


A
ficha de anamnese por idade pode contribuir também em correlação de parâmetros comuns, como o acompanhamento das vacinas, os marcos de desenvolvimento neuropsicomotor, as etapas de introdução alimentar complementar e doenças em comum.


Além de colaborar no direcionamento das perguntas, reforça dados importantes, inclusive para o acompanhamento e tratamento de outros profissionais de saúde, e garante uma linha de raciocínio mais objetiva e complementar às questões subjetivas apresentadas na consulta com a família.


Sabemos que durante a consulta são muitos os tópicos que devemos abordar, além disso na pediatria, principalmente nos 2 primeiros anos de vida,  cada mês é muito diferente do outro  e ter um guia direcionado pode oferecer mais praticidade na rotina do consultório, uma melhor organização das informações a respeito do paciente e evitar que algo importante não seja abordado.


Vale muito à pena investir também em materiais e na decoração do espaço do
consultório, de modo a criar formas e cores direcionadas para o perfil dos pacientes por idade. 

Como organizar e separar essas fichas? 


A organização das
fichas de anamnese pode acompanhar a orientação e sua conduta em relação a quantidade de consultas com o pediatra antes e após o nascimento, bem como sua periodicidade.


Então na nossa prática recomendamos que tenham organizados uma ficha de: 


Consulta de pré natal com o pediatra:
Já falamos aqui que a relação do pediatra com o bebê inicia-se no pré-natal. Sendo uma consulta bem importante e rica. 


Depois do parto, na primeira semana de vida, precisaríamos de uma
anamnese do recém nascido, que irá contar com todos os detalhes do parto, nascimento e primeiros dias de vida. 


Normalmente após essa primeira avaliação, o recém nascido precisa de um retorno, sendo uma consulta talvez mais pontual e facilitando então uma
anamnese de retorno do recém nascido. 


Após esse momento, normalmente as consultas passarão a ser mensais até 7 meses, recomendando então
uma anamnese para cada mês dentro desse período. 


A partir desse período podemos dividir
em blocos maiores, como consulta de 7 a 9 meses, 10 a 12, 12 a 15, 15 a 18, e assim por diante, a depender das rotinas estabelecidas de consultas. 


Depois, a ficha pode acompanhar as consultas a cada trimestre e evoluir, depois, para cada semestre e anuais, de acordo com a idade da criança. 

Dica valiosa: a escolha do prontuário eletrônico

Caso opte por utilizar algum prontuário eletrônico para fazer o agendamento das consultas e registrar a anamnese das consultas e a evolução do paciente, uma dica é verificar se o sistema escolhido tem a opção de criar diferentes modelos personalizados de anamnese. Isso poderá ser muito útil, pois além de agilizar o preenchimento das informações, também serve como um roteiro da consulta. 


Agora é organizar!


Vimos aqui que a
ficha de anamnese é um recurso importante no atendimento pediátrico. E que vai além de ser uma coleta de informações objetivas. Ela traduz de forma mais subjetiva a trajetória da saúde da criança da gestação até os primeiros meses e anos de vida.


Ter um espaço organizado no ambiente de trabalho, e que reflete também a preocupação e o respeito com os pacientes e familiares envolve desenvolver critérios e metodologias de condução da rotina.


De forma a otimizar o tempo da consulta, o acesso aos dados de cada criança, o reconhecimento da subjetividade do paciente e a apresentar uma imagem de competência e responsabilidade que gera confiança a cada retorno nas consultas.


No nosso curso de puericultura disponibilizamos para os nossos alunos as fichas de anamnese que utilizamos na nossa prática pediátrica, dentro dos assuntos abordados ao longo do curso. 


Veja um exemplo de como elaborar sua ficha de anamnese a partir do
modelo elaborado pela Eludivila para a consulta de pré-natal. 

Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
Criptorquidia
Por Eludivila Especialização Pediátrica 30 de abril de 2024
Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
vacina da dengue
Por Eludivila Especialização Pediátrica 29 de março de 2024
Reunimos as principais informações sobre a vacina da dengue para que os pediatras possam orientar adequadamente seus pacientes.

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