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Setembro Amarelo: abordando a depressão na adolescência no consultório de pediatria
set. 06, 2022
Setembro Amarelo: abordando a depressão na adolescência no consultório de pediatria

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A campanha Setembro Amarelo tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao suidício, destacando quais são as causas mais comuns. A maioria dos casos está ligada a transtornos mentais, principalmente à depressão.


Embora o tema seja delicado, é necessário abordá-lo no consultório de pediatria, seja nos atendimentos durante a infância, seja na adolescência. Quando falamos no universo adolescente, vale ressaltar que é nessa fase que os indivíduos passam por muitas transformações e enfrentam momentos difíceis e delicados. Ter um apoio para enfrentá-los é fundamental.


Nem sempre, no entanto, o pediatra está 100% preparado para fazer esse atendimento com o público jovem. Neste artigo, falaremos sobre a depressão na adolescência, seus fatores de risco e outras questões para ajudá-lo a falar sobre temas relacionados ao Setembro Amarelo com as famílias.


Como reconhecer a depressão na adolescência?

As discussões sobre o suicídio e a depressão não devem ocorrer apenas durante o Setembro Amarelo e precisam ser levantadas em todas as ocasiões. Muitas vezes os pais e os cuidadores não acreditam que os transtornos mentais sejam doenças que precisam de tratamento.


É muito importante destigmatizar esse assunto no consultório de pediatria. Na prática clínica, muitas vezes nos deparamos com pacientes que apresentam problemas comportamentais, em algumas ocasiões com ações autolesivas ou até mesmo o suicídio.


Por isso, cabe ao pediatra identificar a depressão e prestar as orientações adequadas para se tornar um apoio para essa família.


Fatores de risco para a depressão na adolescência

Durante a adolescência, as pessoas se encontram mais vulneráveis a quadros de depressão. O que se tem notado é que a idade em que esses transtornos são identificados está cada vez menor, muitas vezes atingindo até pacientes pediátricos.


Alguns fatores de risco são:

  • Problemas emocionais durante a gestação – incluindo a não aceitação da gravidez.
  • Histórico familiar de depressão.
  • Cyberbullying.
  • Estresse tóxico.
  • Excesso de telas, privação de sono e isolamento.
  • Abuso de drogas, violência e ansiedade.


Setembro Amarelo: sinais de depressão na adolescência

É comum que os adolescentes apresentem alguns picos de humor e estresse durante esse período de fortes transformações.


Para diagnosticar que se trata, de fato, de um caso de depressão, é necessário fazer uma avaliação individualizada. Levantando as particularidades do caso em consideração, deve-se avaliar se os sintomas estão presentes por, pelo menos, duas semanas.


Sintomas de depressão entre adolescentes:

  • Sentimento de culpa e humor deprimido
  • Distúrbio de sono e redução da energia
  • Desinteresse e baixa concentração
  • Apetite alterado para mais ou para menos
  • Pensamentos suicidas


Para diferenciar alterações normais e um quadro de depressão, é fundamental  avaliar se os sintomas causam sofrimentos significativos ou prejuízo no funcionamento social ou em outras áreas.


Tratamento da depressão

Um dos passos mais importantes para o tratamento adequado da depressão entre adolescentes é a abordagem do assunto com a família. Quando os pais e os cuidadores não aceitam o diagnóstico, muitas vezes o paciente acaba não levando o tratamento adiante.



Em conjunto com a mudança na rotina e no estilo de vida, a terapia é o modo de tratamento mais comum e eficaz para situações de depressão. Medicamentos também podem ser receitados, se necessário.


Suicídio na adolescência

Infelizmente, temos visto um aumento expressivo no número de suicídios entre crianças e adolescentes nos últimos anos. Entre o público de 15 a 32 anos, o suicídio é a segunda maior causa de mortes.


No consultório, é importante se atentar a fatores de risco. São eles:

  • Impulsividade
  • Pacientes vítimas de violência
  • Transtornos mentais preexistentes
  • Agressividade e desesperança
  • Sentimento de culpa
  • Utilização de drogas


Uma dúvida entre os pediatras é a forma de abordar o assunto com o paciente, já que se trata de um tema delicado. A Eludivila elaborou um artigo em que detalha mais profundamente a abordagem no consultório, incluindo o momento em que o profissional conversa a sós com o adolescente.


Acesse e saiba mais: Como conduzir um atendimento com adolescente no consultório de pediatria


A importância do acolhimento

O ponto principal em uma consulta com um adolescente que está passando por essa situação é o acolhimento. O paciente precisa sentir segurança e confiança no profissional para que esteja à vontade para falar abertamente a respeito.


É crucial afastar pensamentos negativos, mostrar-se confiante de que tudo vai funcionar e ser um bom ouvinte. Muitas vezes, o adolescente precisa de um diálogo, uma conversa franca e sem julgamentos.

Deixar o paciente em foco e envolver a família é fundamental.


Qual é o tratamento indicado?

Ao diagnosticar o jovem com um comportamento suicida, é necessário que ações sejam tomadas o quanto antes – é por isso que a campanha Setembro Amarelo busca conscientizar as pessoas sobre a prevenção.


Mais uma vez, a terapia é o melhor caminho para ajudar o paciente nesse processo. Esse encaminhamento precisa ser feito de forma urgente, se possível, ainda na mesma semana.


Orientações para a família:

  • Não deixar o paciente sozinho até sua estabilidade.
  • Esconder medicamentos e objetos cortantes em casa.
  • Procurar ajuda médica especializada.
  • Nunca subestimar ameaças de suicídio.


O Setembro Amarelo e sua importância

Tratamos neste artigo sobre a depressão na adolescência e como os transtornos mentais podem colocar a vida de adolescentes em risco. O Setembro Amarelo foi criado para conscientizar sobre a prevenção ao suicídio em todas as faixas etárias.


Embora o mês de setembro tenha sido escolhido, vale se atentar aos fatores de risco durante todo o ano. A campanha foi criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM).


Conheça mais detalhes sobre a campanha Setembro Amarelo e sua importância clicando aqui.


O desafio de atender adolescentes no consultório de pediatria

A consulta com adolescentes no consultório de pediatria tem uma dinâmica completamente diferente. Muitas vezes, no entanto, o tema não é abordado com profundidade durante a formação e, por isso, o profissional deve se preparar.


Reconhecendo essa demanda, a Eludivila elaborou o curso Adolescência no Consultório de Pediatria, ministrado pela hebiatra Marina Manin, com o objetivo de trazer o universo do adolescente para os profissionais de pediatria.


O curso conta com seis módulos explicativos e, além de se aprofundar na saúde mental dos jovens, aborda outros aspectos relevantes para uma consulta de qualidade. Esteja a par do conteúdo programático e se prepare com a Eludivila!


Quero conhecer o curso!


Texto revisado e validado pela hebiatra Marina Manin.


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