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Pediatra, você sabe responder a todas as perguntas que os familiares da criança e do adolescente fazem a você no consultório? A saúde da criança é uma incógnita especial para mães e pais de primeira viagem, mas outras pessoas que compõem o circuito de cuidados também possuem muitas expectativas sobre como contribuir de forma satisfatória para o bem-estar daquele indivíduo.
Isso significa que nenhum pediatra está a salvo do universo de dúvidas que podem surgir a cada consulta. E não, nem todas as perguntas nós saberemos responder de imediato. Mas algumas nós já podemos anotar e nos preparar, pois, além de básicas, não são nenhum bicho de sete cabeças. Confira e nos dê o seu palpite!
1- “Meu leite é fraco?”
O leite fraco é uma crença antiga e sem qualquer embasamento científico. Ela se vale da insegurança da mãe diante do choro persistente da criança para levá-la a duvidar que o seu corpo não produz o leite que a criança precisa. Infelizmente, essa dúvida pode acometer qualquer mulher, mesmo as mais bem informadas.
Inclusive, é bom deixar claro que, segundo a ciência, o leite materno é o melhor alimento nutricional que o bebê pode ter em seus primeiros seis meses de vida. Pois, ele promove o desenvolvimento e o melhor crescimento da criança, protegendo-a contra doenças.
O pediatra precisa entender minimamente sobre aleitamento materno para poder transmitir segurança e informação adequada para a mãe sobre o processo de conexão que ela está construindo com o bebê. O choro é a forma de se comunicar encontrada pela criança para obter algo que ela deseja muito e a mamada é também um momento de aconchego.
Obviamente, isso não anula a possibilidade de outras razões para o choro. Mas vai do pediatra saber escutar bem a mãe e os sinais da criança.
2- “Já posso desmamar meu bebê?”
A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebês sejam alimentados somente com leite materno até os seis meses de vida - com exceção para casos muito específicos. Após o sexto mês de vida, é indicada uma alimentação mais variada, podendo o leite materno continuar até o segundo ano de vida ou mais.
Portanto, o ideal é que o desmame seja um processo natural, mas não há uma regra definida para quem a mãe “deve” desmamar o bebê. Caso a mãe acredite que seja o momento, é compromisso do pediatra orientá-la para que o processo aconteça de forma gentil para a mulher e seu filho.
3- “Meu bebê não para de chorar, ele está doente?”
Lembra o que comentamos no tópico 1? Pois bem, vamos repetir: o papel do pediatra é, antes de tudo, ouvir seu paciente. O choro é um mecanismo de comunicação, com o qual o bebê aprendeu a informar que sente fome, sono, desconforto, irritabilidade, medo, frustração, cansaço, tristeza e dor.
Embora nem todo choro seja motivo de preocupação, os pais, cansados de tentar compreender o motivo ou com receio pela saúde e bem-estar da criança, vão recorrer ao pediatra para que esse aconselhe sobre o que fazer.
Dessa forma, pediatra, você terá a missão de identificar se há outros sintomas além do choro.
4- “Meu filho dorme poucas horas por noite, é normal?”
Se você ainda é inexperiente na clínica pediátrica, saiba: essa é uma das dúvidas campeãs sobre a saúde da criança. Exaustos de lidar com o relógio biológico imaturo do bebê, os pais buscam uma solução mágica para voltar a dormir sem interrupções.
Mas despertar várias vezes à noite é comum nos primeiros anos de vida de uma criança. A depender da idade, o pediatra pode orientar os pais sobre algumas rotinas mais aplicáveis para auxiliar a família a ter noites de sono regulares.
Por isso, é importante que o profissional saiba sobre o sono infantil para oferecer dicas sobre o ambiente ideal para o bebê dormir, luminosidade, roupinha confortável e a posição do corpinho para dormir em segurança. Além de saber reconhecer situações severas em que podem ser diagnosticados distúrbios do sono.
5- “O que fazer para lidar com a birra?”
As dúvidas sobre comportamento infantil são insistentes na clínica pediátrica, principalmente ao que se refere às temidas crises de birras, características de fases específicas do desenvolvimento da criança.
O pediatra pode auxiliar pais, cuidadores e demais responsáveis a lidarem com as birras de forma afetiva, acolhendo a criança para ajudá-la a compreender as próprias emoções. Assim como também pode contar com um profissional especialista em comportamento infantil para aconselhar os pais de forma mais pertinente.
O importante é que, embora a birra seja um comportamento visto com “maus olhos”, os adultos a entendam do ponto de vista da própria criança e tenham cuidado para não rotular de forma negativa. Caso contrário, a criança pode crescer sem saber decifrar e lidar com as suas emoções.
6- “Como estimular o desenvolvimento correto do meu filho?”
É comum que os cuidadores cheguem ao consultório médico comparando o desenvolvimento da sua criança ao de outra da creche, do parquinho, da vizinhança. A dúvida pode surgir acompanhada de uma autocrítica acerca do “o que estou fazendo de errado?”
É uma mistura de preocupação com competição e ainda autopunição, e o pediatra precisa estar atento para não cair na tentação de condescender. Sendo ele um verdadeiro aliado de quem cuida das crianças, é preciso aprofundar-se no conhecimento sobre desenvolvimento infantil tanto para tirar dúvidas como essas quanto para alertar que cada criança possui seu ritmo de desenvolvimento.
E, então, curtiu o nosso rápido compilado de dúvidas de familiares sobre a saúde da criança? Aproveite que chegou até aqui e baixe o nosso infográfico sobre atendimento humanizado com algumas reflexões que podem contribuir no seu fazer médico.
Até o próximo artigo! :)

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