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Pediatra, você sabe responder a todas as perguntas que os familiares da criança e do adolescente fazem a você no consultório? A saúde da criança é uma incógnita especial para mães e pais de primeira viagem, mas outras pessoas que compõem o circuito de cuidados também possuem muitas expectativas sobre como contribuir de forma satisfatória para o bem-estar daquele indivíduo.
Isso significa que nenhum pediatra está a salvo do universo de dúvidas que podem surgir a cada consulta. E não, nem todas as perguntas nós saberemos responder de imediato. Mas algumas nós já podemos anotar e nos preparar, pois, além de básicas, não são nenhum bicho de sete cabeças. Confira e nos dê o seu palpite!
O leite fraco é uma crença antiga e sem qualquer embasamento científico. Ela se vale da insegurança da mãe diante do choro persistente da criança para levá-la a duvidar que o seu corpo não produz o leite que a criança precisa. Infelizmente, essa dúvida pode acometer qualquer mulher, mesmo as mais bem informadas.
Inclusive, é bom deixar claro que, segundo a ciência, o leite materno é o melhor alimento nutricional que o bebê pode ter em seus primeiros seis meses de vida. Pois, ele promove o desenvolvimento e o melhor crescimento da criança, protegendo-a contra doenças.
O pediatra precisa entender minimamente sobre aleitamento materno para poder transmitir segurança e informação adequada para a mãe sobre o processo de conexão que ela está construindo com o bebê. O choro é a forma de se comunicar encontrada pela criança para obter algo que ela deseja muito e a mamada é também um momento de aconchego.
Obviamente, isso não anula a possibilidade de outras razões para o choro. Mas vai do pediatra saber escutar bem a mãe e os sinais da criança.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebês sejam alimentados somente com leite materno até os seis meses de vida - com exceção para casos muito específicos. Após o sexto mês de vida, é indicada uma alimentação mais variada, podendo o leite materno continuar até o segundo ano de vida ou mais.
Portanto, o ideal é que o desmame seja um processo natural, mas não há uma regra definida para quem a mãe “deve” desmamar o bebê. Caso a mãe acredite que seja o momento, é compromisso do pediatra orientá-la para que o processo aconteça de forma gentil para a mulher e seu filho.
Lembra o que comentamos no tópico 1? Pois bem, vamos repetir: o papel do pediatra é, antes de tudo, ouvir seu paciente. O choro é um mecanismo de comunicação, com o qual o bebê aprendeu a informar que sente fome, sono, desconforto, irritabilidade, medo, frustração, cansaço, tristeza e dor.
Embora nem todo choro seja motivo de preocupação, os pais, cansados de tentar compreender o motivo ou com receio pela saúde e bem-estar da criança, vão recorrer ao pediatra para que esse aconselhe sobre o que fazer.
Dessa forma, pediatra, você terá a missão de identificar se há outros sintomas além do choro.
Se você ainda é inexperiente na clínica pediátrica, saiba: essa é uma das dúvidas campeãs sobre a saúde da criança. Exaustos de lidar com o relógio biológico imaturo do bebê, os pais buscam uma solução mágica para voltar a dormir sem interrupções.
Mas despertar várias vezes à noite é comum nos primeiros anos de vida de uma criança. A depender da idade, o pediatra pode orientar os pais sobre algumas rotinas mais aplicáveis para auxiliar a família a ter noites de sono regulares.
Por isso, é importante que o profissional saiba sobre o sono infantil para oferecer dicas sobre o ambiente ideal para o bebê dormir, luminosidade, roupinha confortável e a posição do corpinho para dormir em segurança. Além de saber reconhecer situações severas em que podem ser diagnosticados distúrbios do sono.
As dúvidas sobre comportamento infantil são insistentes na clínica pediátrica, principalmente ao que se refere às temidas crises de birras, características de fases específicas do desenvolvimento da criança.
O pediatra pode auxiliar pais, cuidadores e demais responsáveis a lidarem com as birras de forma afetiva, acolhendo a criança para ajudá-la a compreender as próprias emoções. Assim como também pode contar com um profissional especialista em comportamento infantil para aconselhar os pais de forma mais pertinente.
O importante é que, embora a birra seja um comportamento visto com “maus olhos”, os adultos a entendam do ponto de vista da própria criança e tenham cuidado para não rotular de forma negativa. Caso contrário, a criança pode crescer sem saber decifrar e lidar com as suas emoções.
É comum que os cuidadores cheguem ao consultório médico comparando o desenvolvimento da sua criança ao de outra da creche, do parquinho, da vizinhança. A dúvida pode surgir acompanhada de uma autocrítica acerca do “o que estou fazendo de errado?”
É uma mistura de preocupação com competição e ainda autopunição, e o pediatra precisa estar atento para não cair na tentação de condescender. Sendo ele um verdadeiro aliado de quem cuida das crianças, é preciso aprofundar-se no conhecimento sobre desenvolvimento infantil tanto para tirar dúvidas como essas quanto para alertar que cada criança possui seu ritmo de desenvolvimento.
E, então, curtiu o nosso rápido compilado de dúvidas de familiares sobre a saúde da criança? Aproveite que chegou até aqui e baixe o nosso infográfico sobre atendimento humanizado com algumas reflexões que podem contribuir no seu fazer médico.
Até o próximo artigo! :)
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