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Desenvolvimento da linguagem: estratégias para estimular a comunicação em bebês e crianças
abr. 04, 2024
Desenvolvimento da linguagem: estratégias para estimular a comunicação em bebês e crianças

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

desenvolvimento da linguagem na primeira infância é uma verdadeira jornada, na qual os sons evoluem para palavras, as palavras se transformam em frases e as frases abrem um mundo de possibilidades.

Esta jornada é essencial para o crescimento cognitivo, social e emocional das crianças, e os pais e cuidadores desempenham um papel fundamental nesse processo. Ao conhecer as etapas do desenvolvimento da linguagem e as ferramentas disponíveis, eles podem incentivar a comunicação e o potencial linguístico infantil.


O pediatra, por sua vez, pode fornecer suporte e orientação aos pais no consultório, explicando cada fase e oferecendo dicas práticas, orientações e estratégias específicas para estimular a comunicação durante a primeira infância.



Informe-se sobre este assunto neste artigo especial da Eludivila.


O conceito de desenvolvimento da linguagem

Desenvolvimento da linguagem

Este processo ocorre por meio de etapas, estádios ou fases que seguem uma sequência, desde o nascimento até a idade adulta. A linguagem é influenciada pela genética e pelos estímulos verbais do ambiente em que a criança está inserida, desempenhando um papel essencial na cognição.


Desde os primeiros dias de vida, os bebês têm a capacidade de se comunicar, utilizando o choro como uma forma eficaz de interação. Com o tempo, esse choro se torna mais elaborado, marcado por diferentes padrões entoacionais, intensidades e ritmos, permitindo à mãe e aos cuidadores entenderem as necessidades da criança.


A interação entre mãe e bebê durante a amamentação é um exemplo claro dessa comunicação precoce. Durante esse momento, trocam turnos, expressam emoções, afetos, desejos e necessidades, demonstrando uma intenção clara de se comunicar.


À medida que a criança cresce, começa a demonstrar gestos e olhares, seguidos por vocalizações, até finalmente desenvolver a fala. Esse processo reflete não apenas o crescimento físico da criança, mas também seu desenvolvimento cognitivo e social.


Leia também:


Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras


Atrasos de linguagem


O desenvolvimento linguístico adequado pressupõe uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais. Quando há atrasos na linguagem, esses fatores e a curva de evolução da criança podem apontar para possíveis problemas de desenvolvimento.


É importante observar que um início lento no desenvolvimento da linguagem pode ser um alerta para transtornos. Ao final do terceiro ano, a maioria das crianças já se mostra habilidosa na língua materna à qual foram expostas, utilizando-a em situações comunicativas com diferentes parceiros sociais.


Uma metáfora comum para ilustrar o progresso linguístico é a imagem de um iceberg. Na ponta visível do gelo, temos os atrasos na linguagem que são facilmente identificados, como dificuldades na fala.


No entanto, na parte escondida do iceberg, encontramos uma série de habilidades pré-linguísticas que são pré-requisitos essenciais para o desenvolvimento da fala. Essas habilidades incluem:


  • Gestos;


  • Compreensão;


  • Brincar;


  • Imitação;


  • Intenção comunicativa;


  • Interesse social;


  • Atenção compartilhada;


  • Olhar e escutar.


Essas habilidades constituem a base, ou a "montanha" sob a superfície, que estrutura o desenvolvimento da linguagem e da fala. Entender e promover essas habilidades é fundamental para garantir um progresso linguístico saudável na primeira infância.


Sinais de alerta por faixa etária


É fundamental destacar que cada criança é um indivíduo e, portanto, tem seu próprio progresso. Existem, no entanto, marcos esperados para cada idade, e é importante observá-los, pois determinadas situações servem como sinal de alerta.



6 meses:


Esperado


  • Chora com intenção comunicativa;


  • Brinca com seus próprios sons e tenta imitar sons de outras pessoas.



Sinais de alerta


  • Não reage a estímulos sonoros;


  • Não estabelece contato visual;


  • Não sorri;


  • Pouca atividade.



6 a 12 meses:


Esperado


  • Produção de alguns sons;


  • Compreensão de frases simples;


  • Se comunica pela expressão facial.


Sinais de alerta


  • Deixa de produzir sons;


  • Não reage ao nome;


  • Não responde a sons familiares.



12 a 18 meses:


Esperado


  • Compreensão e resposta a ordens simples;


  • Produção de palavras familiares;


  • Gestos indicativos;


  • Uma ou duas palavras para representar uma frase;


  • Intenções comunicativas.


Sinais de alerta


  • Não produz palavras;


  • Não se comunica verbalmente;


  • Mão brinca ou faz contato visual;


  • Não reage a estímulos e interações.



18 a 24 meses:


Esperado


  • Combinação de duas palavras em frases;


  • Uso do próprio nome;


  • Uso frequente do "não".


Sinais de alerta


  • Não compreende ordens simples;


  • Vocabulário limitado;


  • Discurso limitado a palavras isoladas.



2 a 3 anos:


Esperado


  • Expansão significativa do vocabulário;


  • Formação de frases com quatro palavras;


  • Uso de diferentes tipos de palavras;


  • Respeita as regras básicas de concordância.


Sinais de alerta


  • Falta de desempenho imitativo e simbólico;


  • Discurso incoerente;


  • Fala apenas quando solicitado;


  • Quando fala, costuma fazê-lo num tom baixo e com a mão na boca.



3 a 4 anos:


Esperado


  • Discurso compreensível;


  • Capacidade de descrever acontecimentos;


  • Idade dos "porquês";


  • Uso de artigos e pronomes.


Sinais de alerta


  • Dificuldade em formar frases;


  • Discurso que não é compreendido por todos;


  • Dependência excessiva de gestos;


  • Não inicia ou mantém tópico de conversação.



4 a 5 anos:


Esperado


  • Compreensão e produção de diversos tipos de frases;


  • Conjugação de verbos;


  • Nomeação de cores e formas;


  • Usa a negação;


  • Articula corretamente a maior parte dos sons.


Sinais de alerta


  • Dificuldade em relacionar acontecimentos simples;


  • Discurso incompreensível;


  • Isolamento e brincadeiras solitárias;


  • Não utiliza muitas funções comunicativas.


5 a 6 anos:


Esperado


  • Enriquecimento significativo do vocabulário;


  • Compreensão de conceitos de comparação e espaço;


  • Capacidade de contar histórias;


  • Domínio articulatório.


Sinais de alerta


  • Frases mal estruturadas;


  • Discurso sem conteúdo;


  • Fala baixa e incompreensível;


  • Tem dificuldade em iniciar frases;


  • Repete sílabas e sons.



Detecção precoce: ponto fundamental


É crucial que os pais e cuidadores estejam atentos aos sinais de alerta no desenvolvimento da linguagem de seus filhos, pois a detecção precoce de possíveis dificuldades é fundamental para garantir uma intervenção o mais cedo possível.


Para isso, é importante que o pediatra aborde esse tema durante as consultas, sempre levando informações para as famílias. Ao observar os marcos esperados para cada faixa etária e estar ciente dos sinais indicativos de possíveis atrasos, os pais podem buscar orientação e apoio adequados.


A intervenção precoce não só ajuda a minimizar os impactos negativos no desenvolvimento da linguagem, mas também promove um crescimento cognitivo, social e emocional saudável da criança.


Cada passo dado na jornada do desenvolvimento linguístico é crucial para o futuro dos pequenos e, por isso, esse é um assunto extremamente importante.



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