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Dermatite em bebê: causas, tratamentos e como orientar os pais no consultório
jun. 19, 2023
Dermatite em bebê: causas, tratamentos e como orientar os pais no consultório

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

No consultório de pediatria, é muito provável que você já tenha se deparado com pais ou cuidadores com dúvidas sobre um assunto específico: a dermatite em bebê. A condição é uma alteração fisiológica de pele comum entre os recém-nascidos.


Em alguns casos, o próprio pediatra pode identificar, fazer o diagnóstico, indicar o tratamento e acompanhar o paciente. Em determinadas situações, no entanto, é necessário encaminhar a família para um dermatologista.


Para que você entenda quando um especialista deve ser procurado e saiba mais sobre a dermatite em bebê, suas causas, manifestações, formas de tratamento e outros detalhes, preparamos este artigo — que foca principalmente a dermatite de fraldas e orienta sobre como apoiar os pais no consultório.


Dermatite atópica


Com relação à dermatite atópica, vale destacar que trata-se de uma doença crônica. Muitas vezes, os pais acreditam que, após o tratamento, a doença não se manifestará novamente.


Por isso, vale a pena orientar as famílias que, embora a tendência seja que a condição comece na infância e apresente melhora na adolescência, ela vai acompanhar o paciente por toda a sua vida e pode ou não se manifestar com o passar dos anos.


Durante a consulta, é importante deixar algumas orientações para os pais e cuidadores da criança, com cuidados que ajudarão na manutenção da doença.


Alguns cuidados que podem ser destacados:


  • Manter a pele hidratada, mesmo em períodos sem crise;
  • Banho rápido, morno e apenas 1 vez ao dia;
  • Utilizar pouco sabonete, focando apenas nas áreas mais importantes do corpo;
  • Evitar o uso de amaciante nas roupas do bebê;
  • Lavar roupas com sabão de coco.


O ponto principal é manter os pais conscientes de que a dermatite em bebê poderá se manifestar mesmo após o tratamento e os cuidados são primordiais para evitar possíveis complicações da doença.

Dermatite de fraldas


A dermatite de fraldas também é muito comum entre os recém-nascidos e causa dúvidas frequentes entre os pais. Assim como a dermatite atópica, muitos casos podem ser acompanhados pelo próprio pediatra, a depender da gravidade.


Em determinadas circunstâncias, o encaminhamento para um especialista pode se fazer necessário. Ainda assim, o profissional de pediatria pode acalmar a família e até deixá-la mais segura por demonstrar conhecimento sobre a doença.


Geralmente, a dermatite de fraldas tem seu pico de incidência entre os 9 e os 12 meses e é comumente causada pelo contato prolongado com urina e fezes, a maceração da pele e a infecção secundária por Candida albicans.


Saiba mais sobre essas causas para orientar os pais sobre o tratamento para a dermatite em bebê:


Dermatite irritativa por contato


Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, o potencial irritativo das fezes é muito maior do que o da urina. O ponto principal é frisar para os pais sobre a necessidade de trocar a fralda frequentemente e lavar o local com algodão.


O lenço umedecido pode ser indicado para quando a família está fora de casa, mas, no ambiente domiciliar, a lavagem é a melhor forma de manter a higiene após a evacuação.


Dermatite de fraldas por chafting


A dermatite de fraldas por chafting é causada pelo atrito da pele e geralmente acomete as coxas, a genitália, as nádegas e o abdômen do bebê. Trata-se de uma erupção levemente avermelhada e escamosa.

Normalmente, esse tipo de dermatite em bebê responde rapidamente aos cuidados, como a troca mais frequente e a higiene adequada, e se cura em um curto período.


Dermatite de causas menos comuns


Habitualmente, a dermatite de fraldas aparece especificamente na área da fralda e a irritação não se manifesta fora dessa região. Quando o pediatra nota que outros locais apresentam alterações, é o momento de pensar em outras causas.


Entre as causas menos comuns da dermatite em bebê, estão:



Dermatite seborreica


A dermatite seborreica costuma apresentar placas gordurosas e deixar a pele do bebê com cor de salmão e escamas amareladas. Normalmente, ela pode ter lesões associadas a outras partes do corpo.

Normalmente, a doença pode estar envolvida com alterações em áreas como:


  • Couro cabeludo;
  • Face;
  • Pescoço;
  • Áreas retroarticulares.


Dermatite de Jacquet


A dermatite de Jacquet é uma evolução grave da dermatite de fraldas irritativa. Nesse caso, a lesão também pode apresentar pápulas ou nódulos ulcerados. Para confirmar o diagnóstico, é necessário encaminhar o paciente para um dermatologista.


Acrodermatite enteropática


Esse tipo de dermatite está diretamente relacionado ao zinco. Geralmente, o paciente com esse diagnóstico deixou o aleitamento materno exclusivo recentemente ou utiliza apenas o aleitamento artificial.

Ela costuma se manifestar logo após o desmame (quando o bebê é alimentado diretamente pela mãe) ou dias ou semanas após o nascimento (nas situações em que o recém-nascido é alimentado com mamadeira).

A diarreia pode ser um sintoma associado à acrodermatite enteropática.


Dicas de ouro para as famílias

Quando o assunto é dermatite em bebê no consultório de pediatria, algumas orientações são fundamentais. Reunimos algumas dicas de ouro para você passar para as famílias e tranquilizá-las, destacando a importância de:


  • Trocar frequente as fraldas, no mínimo a cada 3h — inclusive à noite.
  • Lavar a área da fralda com água e sabonete apenas após a evacuação.
  • Fazer a limpeza suave com panos umedecidos ou algodão e secar suavemente.
  • Quando possível, deixar o bebê sem fralda para arejar a pele.


Os cremes de barreira podem ser receitados em determinadas situações, mas é importante se informar a respeito e entender quando receitá-los e quais podem ser indicados. Leia o e-book especial e completo da Eludivila sobre o assunto clicando aqui.


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Neste artigo, você entendeu as causas e as formas de prevenção contra as dermatites. A visão do pediatra com relação à manifestação da doença faz toda a diferença para o melhor diagnóstico.


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Revisado por Débora Natal Moreira, dermatologista pediátrica da Eludivila.

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