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No consultório de pediatria, é muito provável que você já tenha se deparado com pais ou cuidadores com dúvidas sobre um assunto específico: a dermatite em bebê. A condição é uma alteração fisiológica de pele comum entre os recém-nascidos.
Em alguns casos, o próprio pediatra pode identificar, fazer o diagnóstico, indicar o tratamento e acompanhar o paciente. Em determinadas situações, no entanto, é necessário encaminhar a família para um dermatologista.
Para que você entenda quando um especialista deve ser procurado e saiba mais sobre a dermatite em bebê, suas causas, manifestações, formas de tratamento e outros detalhes, preparamos este artigo — que foca principalmente a dermatite de fraldas e orienta sobre como apoiar os pais no consultório.
Dermatite atópica
Com relação à dermatite atópica, vale destacar que trata-se de uma doença crônica. Muitas vezes, os pais acreditam que, após o tratamento, a doença não se manifestará novamente.
Por isso, vale a pena orientar as famílias que, embora a tendência seja que a condição comece na infância e apresente melhora na adolescência, ela vai acompanhar o paciente por toda a sua vida e pode ou não se manifestar com o passar dos anos.
Durante a consulta, é importante deixar algumas orientações para os pais e cuidadores da criança, com cuidados que ajudarão na manutenção da doença.
Alguns cuidados que podem ser destacados:
- Manter a pele hidratada, mesmo em períodos sem crise;
- Banho rápido, morno e apenas 1 vez ao dia;
- Utilizar pouco sabonete, focando apenas nas áreas mais importantes do corpo;
- Evitar o uso de amaciante nas roupas do bebê;
- Lavar roupas com sabão de coco.
O ponto principal é manter os pais conscientes de que a dermatite em bebê poderá se manifestar mesmo após o tratamento e os cuidados são primordiais para evitar possíveis complicações da doença.

Dermatite de fraldas
A dermatite de fraldas também é muito comum entre os recém-nascidos e causa dúvidas frequentes entre os pais. Assim como a dermatite atópica, muitos casos podem ser acompanhados pelo próprio pediatra, a depender da gravidade.
Em determinadas circunstâncias, o encaminhamento para um especialista pode se fazer necessário. Ainda assim, o profissional de pediatria pode acalmar a família e até deixá-la mais segura por demonstrar conhecimento sobre a doença.
Geralmente, a dermatite de fraldas tem seu pico de incidência entre os 9 e os 12 meses e é comumente causada pelo contato prolongado com urina e fezes, a maceração da pele e a infecção secundária por Candida albicans.
Saiba mais sobre essas causas para orientar os pais sobre o tratamento para a dermatite em bebê:
Dermatite irritativa por contato
Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, o potencial irritativo das fezes é muito maior do que o da urina. O ponto principal é frisar para os pais sobre a necessidade de trocar a fralda frequentemente e lavar o local com algodão.
O lenço umedecido pode ser indicado para quando a família está fora de casa, mas, no ambiente domiciliar, a lavagem é a melhor forma de manter a higiene após a evacuação.
Dermatite de fraldas por chafting
A dermatite de fraldas por chafting é causada pelo atrito da pele e geralmente acomete as coxas, a genitália, as nádegas e o abdômen do bebê. Trata-se de uma erupção levemente avermelhada e escamosa.
Normalmente, esse tipo de dermatite em bebê responde rapidamente aos cuidados, como a troca mais frequente e a higiene adequada, e se cura em um curto período.
Dermatite de causas menos comuns
Habitualmente, a dermatite de fraldas aparece especificamente na área da fralda e a irritação não se manifesta fora dessa região. Quando o pediatra nota que outros locais apresentam alterações, é o momento de pensar em outras causas.
Entre as causas menos comuns da dermatite em bebê, estão:
Dermatite seborreica
A dermatite seborreica costuma apresentar placas gordurosas e deixar a pele do bebê com cor de salmão e escamas amareladas. Normalmente, ela pode ter lesões associadas a outras partes do corpo.
Normalmente, a doença pode estar envolvida com alterações em áreas como:
- Couro cabeludo;
- Face;
- Pescoço;
- Áreas retroarticulares.
Dermatite de Jacquet
A dermatite de Jacquet é uma evolução grave da dermatite de fraldas irritativa. Nesse caso, a lesão também pode apresentar pápulas ou nódulos ulcerados. Para confirmar o diagnóstico, é necessário encaminhar o paciente para um dermatologista.
Acrodermatite enteropática
Esse tipo de dermatite está diretamente relacionado ao zinco. Geralmente, o paciente com esse diagnóstico deixou o aleitamento materno exclusivo recentemente ou utiliza apenas o aleitamento artificial.
Ela costuma se manifestar logo após o desmame (quando o bebê é alimentado diretamente pela mãe) ou dias ou semanas após o nascimento (nas situações em que o recém-nascido é alimentado com mamadeira).
A diarreia pode ser um sintoma associado à acrodermatite enteropática.
Dicas de ouro para as famílias
Quando o assunto é dermatite em bebê no consultório de pediatria, algumas orientações são fundamentais. Reunimos algumas dicas de ouro para você passar para as famílias e tranquilizá-las, destacando a importância de:
- Trocar frequente as fraldas, no mínimo a cada 3h — inclusive à noite.
- Lavar a área da fralda com água e sabonete apenas após a evacuação.
- Fazer a limpeza suave com panos umedecidos ou algodão e secar suavemente.
- Quando possível, deixar o bebê sem fralda para arejar a pele.
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Revisado por Débora Natal Moreira, dermatologista pediátrica da Eludivila.

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