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Desenvolvimento da linguagem: estratégias para estimular a comunicação em bebês e crianças
mar. 01, 2024
Desenvolvimento da linguagem: estratégias para estimular a comunicação em bebês e crianças

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

desenvolvimento da linguagem na primeira infância é uma verdadeira jornada, na qual os sons evoluem para palavras, as palavras se transformam em frases e as frases abrem um mundo de possibilidades.

Esta jornada é essencial para o crescimento cognitivo, social e emocional das crianças, e os pais e cuidadores desempenham um papel fundamental nesse processo. Ao conhecer as etapas do desenvolvimento da linguagem e as ferramentas disponíveis, eles podem incentivar a comunicação e o potencial linguístico infantil.


O pediatra, por sua vez, pode fornecer suporte e orientação aos pais no consultório, explicando cada fase e oferecendo dicas práticas, orientações e estratégias específicas para estimular a comunicação durante a primeira infância.



Informe-se sobre este assunto neste artigo especial da Eludivila.


O conceito de desenvolvimento da linguagem

Desenvolvimento da linguagem

Este processo ocorre por meio de etapas, estádios ou fases que seguem uma sequência, desde o nascimento até a idade adulta. A linguagem é influenciada pela genética e pelos estímulos verbais do ambiente em que a criança está inserida, desempenhando um papel essencial na cognição.


Desde os primeiros dias de vida, os bebês têm a capacidade de se comunicar, utilizando o choro como uma forma eficaz de interação. Com o tempo, esse choro se torna mais elaborado, marcado por diferentes padrões entoacionais, intensidades e ritmos, permitindo à mãe e aos cuidadores entenderem as necessidades da criança.


A interação entre mãe e bebê durante a amamentação é um exemplo claro dessa comunicação precoce. Durante esse momento, trocam turnos, expressam emoções, afetos, desejos e necessidades, demonstrando uma intenção clara de se comunicar.


À medida que a criança cresce, começa a demonstrar gestos e olhares, seguidos por vocalizações, até finalmente desenvolver a fala. Esse processo reflete não apenas o crescimento físico da criança, mas também seu desenvolvimento cognitivo e social.


Leia também:


Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras


Atrasos de linguagem


O desenvolvimento linguístico adequado pressupõe uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais. Quando há atrasos na linguagem, esses fatores e a curva de evolução da criança podem apontar para possíveis problemas de desenvolvimento.


É importante observar que um início lento no desenvolvimento da linguagem pode ser um alerta para transtornos. Ao final do terceiro ano, a maioria das crianças já se mostra habilidosa na língua materna à qual foram expostas, utilizando-a em situações comunicativas com diferentes parceiros sociais.


Uma metáfora comum para ilustrar o progresso linguístico é a imagem de um iceberg. Na ponta visível do gelo, temos os atrasos na linguagem que são facilmente identificados, como dificuldades na fala.


No entanto, na parte escondida do iceberg, encontramos uma série de habilidades pré-linguísticas que são pré-requisitos essenciais para o desenvolvimento da fala. Essas habilidades incluem:


  • Gestos;


  • Compreensão;


  • Brincar;


  • Imitação;


  • Intenção comunicativa;


  • Interesse social;


  • Atenção compartilhada;


  • Olhar e escutar.


Essas habilidades constituem a base, ou a "montanha" sob a superfície, que estrutura o desenvolvimento da linguagem e da fala. Entender e promover essas habilidades é fundamental para garantir um progresso linguístico saudável na primeira infância.


Sinais de alerta por faixa etária


É fundamental destacar que cada criança é um indivíduo e, portanto, tem seu próprio progresso. Existem, no entanto, marcos esperados para cada idade, e é importante observá-los, pois determinadas situações servem como sinal de alerta.


6 meses:


Esperado


  • Chora com intenção comunicativa;


  • Brinca com seus próprios sons e tenta imitar sons de outras pessoas.



Sinais de alerta


  • Não reage a estímulos sonoros;


  • Não estabelece contato visual;


  • Não sorri;


  • Pouca atividade.



6 a 12 meses:


Esperado


  • Produção de alguns sons;


  • Compreensão de frases simples;


  • Se comunica pela expressão facial.


Sinais de alerta


  • Deixa de produzir sons;


  • Não reage ao nome;


  • Não responde a sons familiares.



12 a 18 meses:


Esperado


  • Compreensão e resposta a ordens simples;


  • Produção de palavras familiares;


  • Gestos indicativos;


  • Uma ou duas palavras para representar uma frase;


  • Intenções comunicativas.


Sinais de alerta


  • Não produz palavras;


  • Não se comunica verbalmente;


  • Mão brinca ou faz contato visual;


  • Não reage a estímulos e interações.



18 a 24 meses:


Esperado


  • Combinação de duas palavras em frases;


  • Uso do próprio nome;


  • Uso frequente do "não".


Sinais de alerta


  • Não compreende ordens simples;


  • Vocabulário limitado;


  • Discurso limitado a palavras isoladas.



2 a 3 anos:


Esperado


  • Expansão significativa do vocabulário;


  • Formação de frases com quatro palavras;


  • Uso de diferentes tipos de palavras;


  • Respeita as regras básicas de concordância.


Sinais de alerta


  • Falta de desempenho imitativo e simbólico;


  • Discurso incoerente;


  • Fala apenas quando solicitado;


  • Quando fala, costuma fazê-lo num tom baixo e com a mão na boca.



3 a 4 anos:


Esperado


  • Discurso compreensível;


  • Capacidade de descrever acontecimentos;


  • Idade dos "porquês";


  • Uso de artigos e pronomes.


Sinais de alerta


  • Dificuldade em formar frases;


  • Discurso que não é compreendido por todos;


  • Dependência excessiva de gestos;


  • Não inicia ou mantém tópico de conversação.



4 a 5 anos:


Esperado


  • Compreensão e produção de diversos tipos de frases;


  • Conjugação de verbos;


  • Nomeação de cores e formas;


  • Usa a negação;


  • Articula corretamente a maior parte dos sons.


Sinais de alerta


  • Dificuldade em relacionar acontecimentos simples;


  • Discurso incompreensível;


  • Isolamento e brincadeiras solitárias;


  • Não utiliza muitas funções comunicativas.




5 a 6 anos:


Esperado


  • Enriquecimento significativo do vocabulário;


  • Compreensão de conceitos de comparação e espaço;


  • Capacidade de contar histórias;


  • Domínio articulatório.


Sinais de alerta


  • Frases mal estruturadas;


  • Discurso sem conteúdo;


  • Fala baixa e incompreensível;


  • Tem dificuldade em iniciar frases;


  • Repete sílabas e sons.



Detecção precoce: ponto fundamental


É crucial que os pais e cuidadores estejam atentos aos sinais de alerta no desenvolvimento da linguagem de seus filhos, pois a detecção precoce de possíveis dificuldades é fundamental para garantir uma intervenção o mais cedo possível.


Para isso, é importante que o pediatra aborde esse tema durante as consultas, sempre levando informações para as famílias. Ao observar os marcos esperados para cada faixa etária e estar ciente dos sinais indicativos de possíveis atrasos, os pais podem buscar orientação e apoio adequados.


A intervenção precoce não só ajuda a minimizar os impactos negativos no desenvolvimento da linguagem, mas também promove um crescimento cognitivo, social e emocional saudável da criança.


Cada passo dado na jornada do desenvolvimento linguístico é crucial para o futuro dos pequenos e, por isso, esse é um assunto extremamente importante.



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Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 jun., 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
Criptorquidia
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Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
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